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    Estudos guiarão a necessidade de uma 4ª dose da vacina, diz especialista

    Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do PNI, afirma que as prioridades no momento são a aplicação da terceira dose e a vacinação de crianças

    Layane SerranoPedro PimentaLuana Franzãoda CNN

    Em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (7), a epidemiologista e ex-coordernadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, explicou que a necessidade da aplicação de uma quarta dose das vacinas contra a Covid-19 no futuro está sendo avaliada através de estudos.

    “Nesse momento, o que temos que fazer é estudos para avaliar se iremos fazer essa quarta dose na população em geral”, afirmou, destacando que possivelmente uma quarta dose será necessária para grupos que possuem uma resposta imune às vacinas menos eficiente, como idosos e imunossuprimidos.

    “Eles têm um sistema imunológico mais comprometido, e as vacinas não respondem prontamente, como acontece na população adulta, ou mesmo nas crianças. Então, este público, possivelmente deverá ser vacinado e nós poderíamos aproveitar a campanha contra a gripe para vacinar os idosos, caso os estudos apontem essa necessidade”, explicou Domingues.

    Ela destacou, no entanto, que não é momento para precipitação sobre uma quarta dose para a população geral, e a observação cuidadosa de estudos e pesquisas deverá oferecer as respostas. “A gente precisa tomar decisões baseadas em evidências e na resposta à ciência, e não porque achamos que devemos vacinar. Vamos aguardar os resultados desses estudos, e assim implementar a vaicnação neste grupo mais vulnerável.”

    O uso da terceira dose provou-se necessário, em especial, frente à Ômicron. A nova variante exigiu a aplicação da terceira dose, para melhorar a imunidade e combater a transmissão.

    No momento, estar atento à vacinação das crianças e à aplicação da terceira dose dos adultos é mais urgente. “A gente precisa entender que estamos diante de uma pandemia, as evidências estão sendo contruídas ao longo do tempo”, disse, lembrando que é preciso aguardar as respostas dadas pelas pesquisas.

    A epidemiologista ressaltou a importância da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a Covid-19, em especial no momento de volta às aulas. “Nós temos que falar o tempo todo para os pais que, da mesma forma que eles vacinam com outras 15 vacinas que estão disponíveis no nosso calendário de vacinação, nós também temos a obrigação de vacinar as nossas crianças para a Covid”.

    Futuro da Ômicron

    Frente à queda de casos da Covid-19 em curso nos países da Europa, novas questões sobre os próximos meses no Brasil começam a surgir.

    Carla Domingues afirmou que provavelmente haverá uma estabilização nos casos, um platô, nas próximas semanas, que deve ser seguida pela queda. Esse processo deve acontecer rapidamente, devido ao caráter mais transmissível da Ômicron e à ampla adesão à vacina conquistada no país.

    “Estamos vendo que nós tivemos uma subida muito forte, inclusive com aumento não só de casos, mas também de óbitos. Mas estamos vendo já o que parece a estabilização dessa aceleração. Então, nas próximas semanas a gente vai ver um platô e depois uma queda também muito rápida”, afirmou.