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    Estudo estima 4,2 milhões de pessoas contaminadas pela Covid-19 no Brasil

    Cerca de 3,3% da população do Estado de São Paulo, 3,35% do Rio e 10,6% do Amazonas já devem ter se infectado com o novo coronavírus, prevê Imperial College

    Foto: Marcello Casal Jr. - 7.mar.2016/ABr

    Da CNN Brasil*, em São Paulo

    Cerca de 3,3% da população do Estado de São Paulo, 3,35% do Rio e 10,6% do Amazonas já devem ter se infectado com o novo coronavírus, aponta estimativa divulgada na sexta-feira (8) pelo Grupo de Resposta à Covid-19 do Imperial College de Londres. Para São Paulo, isso representa cerca de 1,5 milhão de pessoas. No Rio, 582 mil; no Amazonas, cerca de 448 mil contaminados.

    A estimativa, feita para 16 Estados com mais casos até o momento é de que cerca de 4,2 milhões de pessoas já foram contaminadas (com margem de erro entre 3,48 milhões e 4,7 milhões). O dado ajuda a dar uma ideia do quanto a doença ainda é subdimensionada no País. “Isso inclui uma parcela significativa de pessoas que nunca desenvolvem sintoma, mas contribuem para a propagação da infecção”, explicou ao Estadão o estatístico brasileiro Henrique Hoeltgebaum, um dos principais autores do trabalho.

    “Como sabemos que no Brasil praticamente somente os casos graves são testados, era esperado que o número de infectados superasse bastante o de casos confirmados. Em nosso estudo, avaliamos diferentes cenários sob diferentes níveis de subnotificação”, disse.

    O estudo, elaborado por pesquisadores ingleses e brasileiros, avaliou a situação do País em relação à taxa de transmissão da doença – parte do número oficial de mortes para, em retrospectiva, estimar a parcela da população infectada.

    Os pesquisadores afirmam que intervenções de isolamento foram capazes de derrubar em 54% o número de reprodução do coronavírus (para quantas pessoas uma contaminada é capaz de transmitir), mas a epidemia ainda está ativa e crescendo.

    Segundo os autores, o número de reprodução mais alto hoje é observado no Pará, de 1,90. Em São Paulo, a taxa é de 1,47.

    “Apesar de medidas tomadas até agora terem reduzido o número de reprodução, dados sugerem que a epidemia continua em aumento exponencial em todos os 16 Estados analisados”, afirmou o médico Ricardo Schnekenberg, doutorando da Universidade de Oxford, que também assina a análise.

    Estado de alerta 

    Regiões em que as UTIs já estão com 85% a 90% de sua capacidade preenchidas, como São Paulo e Rio, já deveriam ter decretado lockdown (bloqueio total) e agora correm o risco de ver seus sistemas de saúde entrarem em colapso nos próximos dias. Essa é a opinião de especialistas em saúde sobre a demora de governadores em adotar medidas mais drásticas de isolamento social.

    Eles afirmam que mesmo Estados que adotarem agora o isolamento radical ainda têm chances de sofrer com a falta de leitos, já que são necessárias pelo menos duas semanas para observar os efeitos da medida.

    Segundo Ederlon Rezende, membro do conselho consultivo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e coordenador da UTI do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, quando uma UTI chega a uma lotação de 85%, ela já é considerada cheia pois a rotatividade dos pacientes é menor e o cenário pode mudar a qualquer instante.

    *Com informações do Estadão Conteúdo