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    Estudo do Reino Unido aponta que anticorpos da Covid-19 duram ao menos 6 meses

    Estudo do UK Biobank, um banco de dados biomédico, mediu os níveis de infecção anterior em vários grupos populacionais em todo o Reino Uni

    Cientistas estudaram variações do novo coronavírus no Reino Unido
    Cientistas estudaram variações do novo coronavírus no Reino Unido Foto: Phil Noble/Reuters

    Zahira Rahim, da CNN

    Um grande estudo britânico analisando as infecções pelo novo coronavírus confirma o que experimentos de laboratório mostraram: a maioria das pessoas mantém alguns anticorpos contra o vírus por pelo menos seis meses após a recuperação.

    O estudo também indica que 8,8% da população do Reino Unido havia sido infectada pelo novo coronavírus em dezembro – mas quase o dobro de negros, 16,3%, tinham evidências de infecção anterior.

    O estudo do UK Biobank, um banco de dados biomédico e grupo de pesquisa, mediu os níveis de infecção anterior em vários grupos populacionais em todo o Reino Unido do final de maio ao início de dezembro. 

    Ele mostrou que 99% dos participantes que haviam testado previamente positivo para Covid-19 retiveram anticorpos por três meses após serem infectados e 88% os tiveram por seis meses.

    “Embora não possamos ter certeza de como isso se relaciona com a imunidade, os resultados sugerem que as pessoas podem ser protegidas contra infecções subsequentes por pelo menos seis meses após a infecção natural. Um acompanhamento mais prolongado nos permitirá determinar quanto tempo essa proteção provavelmente durará”, disse Naomi Allen, cientista-chefe do Biobank do Reino Unido.

    Os anticorpos foram encontrados em uma proporção maior de pessoas mais jovens em comparação com participantes mais velhos.

    Os pesquisadores disseram que 13,5% dos participantes com menos de 30 anos tinham anticorpos detectáveis, enquanto apenas 6,7% daqueles com mais de 70 anos. E 16,3% dos voluntários negros no estudo tinham anticorpos para o vírus, em comparação com 8,5% dos participantes brancos e 7,5% dos participantes de etnia chinesa.

    Allen disse que a equipe não sabia se os anticorpos poderiam fornecer proteção contra novas variantes do  novo coronavírus. “Acho que é muito cedo para dizer sobre o nível de proteção”, disse ela. 

    Resistência da nova variante

    De acordo com um relatório publicado segunda-feira (1º) pela Public Health England, a variante B.1.1.7, que se espalha pelo Reino Unido e pelo mundo, corre o risco de se tornar um tanto resistente à proteção imunológica oferecida pelas vacinas à medida que continua a sofrer mutações.

    Rory Collins, chefe do Departamento de Saúde da População de Nuffield da Universidade de Oxford, disse nesta terça-feira que as pessoas que já haviam sido infectadas ainda deveriam tomar cuidado e obedecer às diretrizes de distanciamento social.

    “Não podemos ter certeza de que [os anticorpos fornecem] proteção completa”, disse Collins, acrescentando que os cientistas ainda não sabiam se as pessoas que haviam sido infectadas anteriormente ainda podiam carregar e transmitir o vírus.

    O estudo incluiu 20 mil pessoas que participaram de uma série de estudos do Biobank, além de seus filhos adultos e netos. O UK Biobank coletou amostras de sangue mensais e dados sobre sintomas potenciais do grupo. 

    De longe, o sintoma mais comum detectado por pessoas que já tiveram Covid-19 foi a perda do olfato e do paladar. Esses sintomas foram relatados por 43% dos participantes com anticorpos detectáveis. E 24% com teste positivo não apresentaram sintomas.