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    Estudo aponta pápulas como principal sintoma de varíola dos macacos; saiba identificar

    Feridas menores, chamadas pápulas, podem estar concentradas no local onde ocorreu a infecção, como a região genital

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    A busca por imagens da varíola dos macacos na internet revela fotos de pessoas com inúmeras lesões na pele, com bolhas que podem apresentar pus.

    Embora o sintoma seja comum da infecção pelo vírus Monkeypox, o surto atual da doença tem apresentado características clínicas e epidemiológicas diferentes. Além de mudanças na forma de transmissão da doença, pesquisas indicam novos sintomas e uma manifestação clínica distinta da infecção.

    Um estudo realizado na Espanha aponta que em vez da tradicional manifestação na pele na forma de bolhas ou grandes lesões que podem aparecer em diversas partes do corpo, a doença pode causar feridas menores, chamadas pápulas ou pseudopústulas, que podem estar concentradas no local onde ocorreu a infecção, como a região genital.

    A pesquisa, conduzida por especialistas de diversos hospitais da Espanha, contou com a participação de 185 pacientes. A análise aponta que a maioria dos casos iniciou com pápulas homogêneas, e não pústulas que são maiores e com pus, localizadas na provável área de infecção, podendo ser cutâneas ou mucosas, incluindo lesões únicas.

    O estudo sugere que a manifestação mais discreta da doença pode levar à falta de diagnóstico adequado e precoce.

    “A maioria dos casos começa com lesões nos genitais, face, braços e mãos e região perianal. Essas lesões iniciais, embora de aparência semelhante a pústulas, não são pústulas, mas pápulas sólidas esbranquiçadas, sem conteúdo líquido”, diz o artigo.

    Com o tempo, o centro da lesão se torna necrótico, podendo apresentar dor e agrupamento em grandes placas (veja imagens).

    Pápulas causadas pela infecção por varíola dos macacos / Fotos: artigo Monkeypox outbreak in Spain

    Em alguns pacientes, pequenas pústulas generalizadas apareceram com a evolução da doença – 11% apresentaram lesão única. Nessa fase, feridas heterogêneas também foram identificadas. Lesões menos comuns incluíram úlceras mucosas, como na faringe, amígdala e no reto.

    De acordo com o estudo, todos os pacientes apresentaram sintomas sistêmicos, principalmente aumento dos gânglios (56%), febre (54%), dor muscular (44%), fraqueza e falta de energia (44%) e dor de cabeça (32%). Em 98% dos pacientes os sintomas apareceram no mesmo dia ou alguns dias antes do aparecimento dos sinais na pele. Ao todo, quatro pacientes foram hospitalizados e nenhuma morte foi registrada.

    Os pesquisadores sugerem que o contato durante o sexo foi o mecanismo de transmissão mais provável nos casos analisados.

    “O atual surto de varíola dos macacos parece ter características clínicas diferentes das vistas anteriormente, provavelmente sendo transmitido por contato, com pápulas iniciando no portal de entrada cutâneo ou mucoso e posterior disseminação de pústulas”, diz o artigo.

    Além disso, segundo os pesquisadores, a possibilidade de envolvimento das vias aéreas com inchaço na faringe parece ser o cenário de maior risco.

    Novos sintomas

    Pesquisadores do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, em inglês) divulgaram, em um estudo publicado no periódico BMJ, dois novos sinais da doença dor na região do ânus e inchaço do pênis.

    Os especialistas sugerem que as manifestações clínicas devem ser incluídas nas orientações de saúde pública e aos profissionais para auxiliar no diagnóstico precoce e reduzir a transmissão da doença.

    Os resultados foram obtidos a partir da análise de 197 pacientes com diagnóstico laboratorial confirmado para a doença.

    De acordo com o estudo, todos os pacientes apresentavam lesões na pele, mais comumente nos genitais (56,3%) ou na região perianal (41,6%). Ao menos 71 pacientes (36%) relataram dor retal, 33 (16,8%) dor de garganta e 31 (15,7%) inchaço (edema) peniano.

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