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    Estresse térmico: como temperaturas extremas afetam o corpo?

    Crianças, idosos e pessoas com condições de saúde pré-existentes correm maior risco de complicações devido ao calor

    Gabriela Maraccinida CNN

    Um estudo divulgado no ano passado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) mostrou que mais de 38 milhões brasileiros são expostos ao estresse térmico. A condição é caracterizada por condições climáticas que fazem com que a temperatura corporal aumente e não consiga se manter nos 36,5 °C ideais para o bom funcionamento do organismo.

    Diante da onda de calor e da baixa umidade que atinge estados brasileiros nesta semana, o risco de estresse térmico aumenta. “O excesso de calor provoca sudorese intensa, dilatação dos vasos periféricos, queda da pressão arterial e suas consequências”, afirma Pedro Chocair, clínico geral e nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo, à CNN.

    Segundo o especialista, o risco é mais grave para os idosos e para pessoas com doenças renais, já que o calor pode aumentar a chance de desidratação, que provoca redução da função renal.

    Quais são os sintomas do estresse térmico?

    O estresse térmico pode se manifestar por sintomas como fadiga, dor de cabeça, dor muscular e manifestações neurológicas, como confusão mental, tonturas e alterações no sono.

    “O estresse térmico tem relação direta com problemas de saúde. Pode variar desde uma dor de cabeça ou cansaço até situações mais graves. A quem já é acometido de condições médicas pré-existentes, principalmente cardiovasculares, tem que ficar atento porque, em níveis extremos, pode até levar a óbito”, afirma a professora Renata Libonati, que coordenou o trabalho do Lasa/UFRJ, em matéria publicada na CNN Brasil no ano passado.

    Como prevenir o estresse térmico?

    A principal forma de prevenir o estresse térmico, segundo Chocair, é a hidratação, principalmente entre os grupos mais vulneráveis, como os idosos e crianças, que, geralmente, podem se desidratar com mais facilidade.

    Além disso, os cuidados com a alimentação são essenciais para fortalecer o corpo e impedir desconfortos gástricos que podem piorar o quadro de saúde. “Manter uma alimentação leve, composta de carboidratos e baixo teor de gorduras, também pode contribuir para uma boa digestão e evitar sintomas de desconforto como azia e enjoos”, acrescenta Victor Sato, clínico geral e nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

    Outras dicas incluem:

    • Utilizar protetor solar, principalmente ao frequentar ambientes externos;
    • Usar roupas leves e acessórios para enfrentar o calor, como chapéus, óculos de sol e sombrinhas;
    • Manter-se hidratado. O ideal é não esperar ter sede para beber água.
    • Ingerir pequenas quantidades de sais, como sódio, potássio e magnésio, presentes nos isotônicos e na água de coco, por exemplo;
    • Evitar exercícios físicos entre às 10 horas e às 16 horas, período em que o calor é predominante e pode prejudicar a saúde física e respiratória;
    • Lavar nariz e olhos com soro fisiológico: a lavagem pode evitar sangramento das narinas e a secura, além de prevenir a irritação dos olhos;
    • Manter a casa limpa, higienizada e arejada, pois a poeira e a sujeira podem auxiliar a manifestação de bactérias, prejudicando a saúde respiratória.

    *Com informações de Gabriele Koga e João Victor Azevedo, ambos da CNN, em São Paulo

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