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    Estado de São Paulo ultrapassa 50 mil mortes pela Covid-19

    São Paulo ainda totaliza 1.644.225 casos confirmados da doença

    Julyanne Jucá, da CNN, em São Paulo

    O estado de São Paulo chegou a 50 mil mortes pela Covid-19, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde nesta terça-feira (19). O marco chega pouco mais de 300 dias após o primeiro óbito no Brasil, que ocorreu em território paulista em 12 de março. 

    Com 331 mortes registradas nas últimas 24 horas, o estado contabiliza 50.318 mortes pela doença desde o início da pandemia e responde por cerca de 19% das mortes no Brasil. Essas novas confirmações não significam, no entanto, que ocorreram no último dia, mas que a Secretaria foi notificada e registrou o óbito no sistema. 

    São Paulo totaliza ainda 1.644.225 casos confirmados do novo coronavírus. Esse número é, sozinho, maior do que o de países como África do Sul, Polônia e México. Se fosse um país, o estado estaria na 14ª posição no ranking da plataforma de monitoramento da doença, produzida pela Universidade Johns Hopkins. 

    Na coletiva de imprensa da última segunda-feira (18), o secretário de estado de Saúde Jean Gorinchteyn, afirmou que o número de casos atuais que vêm sendo registrados supera a 13ª Semana Epidemiológica de 2020, quando, naquele momento, havia maior testagem para doença e enfrentávamos o pico da pandemia. “O número dessa semana reflete a necessidade de sermos muito mais atentos, mas, além de uma atenção, atuantes. Precisamos do apoio da população”, disse. 

    Ocupação de leitos e internações 

    Atualmente, 13.937 pessoas estão internadas em hospitais para o tratamento da Covid-19. O número total é o maior registrado desde o dia 2 agosto de 2020, quando 13.775 pacientes eram atendidos na rede hospitalar do estado.

    Somente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), há 6.092 pessoas em estado moderado a grave precisando de atendimento adicional.  É também o maior desde 26 de julho, momento que havia 6.036 pessoas em UTIs. A taxa de ocupação destes leitos é de 70,5%, índice que vem aumentando expressivamente desde o início do mês de novembro e é o mais alto desde junho. 

    Como alternativa para desafogar os leitos, o secretário Jean Gorinchteyn afirmou que novos estão sendo implementados na rede estadual, além da contatação em hospitais privados. O governo do estado também não descarta a possibilidade de utilizar hospitais de campanha novamente, como no auge da pandemia. Porém, está preocupado com a insuficiência de profissionais de saúde e com o aumento da procura de pacientes de outras doenças.

    “Estamos ampliando leitos, também contratações de hospitais privados assim como fizemos em outras ocasiões, e nós não tiramos do radar a possibilidade de hospitais de campanha. Temos que estar atentos a uma questão que não tínhamos no passado: Recursos Humanos. Quando abrimos um leito de UTI, estou dizendo que temos (…) profissionais de saúde que farão a assistência. Hoje, temos a concorrência de outras doenças. Hoje temos um grupo de doenças, sejam acidentes, AVCs, infartos e que hoje dividem não só os espaços, mas também os recursos humanos. Estamos atentos a tudo”, disse. 

    Vacinação

    O Estado de SP vacinou a primeira pessoa com a Coronavac no último domingo (17), poucas horas após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso emergencial das primeiras seis milhões de doses importadas da China. Até o momento, mais de cinco mil pessoas tomaram a primeira dose do imunizante.

    Mônica Calazans, de 54 anos, foi também a primeira brasileira a se vacinar no Brasil. Mulher, negra e com comorbidades, a enfermeira atua na linha de frente contra a doença, em UTIs do Instituto de Infectologia Emilio Ribas desde o início da pandemia. Ela participou dos estudos clínicos da Coronavac com o Butantan, mas havia tomado placebo. 

    Nesta segunda, o Instituto Butantan ingressou com novo pedido de uso emergencial para mais 4,8 milhões de doses da vacina, agora produzidas em território paulista, com insumos vindos da parceria com o laboratório chinês Sinovac. Quando receber a autorização de uso, os próximos lotes de produção não vão precisar de outros pedidos de aprovação.

    O Butantan está preocupado, porém, com a demora na exportação de mais insumos pela China, o que poderia causar atraso nas próximas fases da campanha de vacinação em nosso país. Mesmo assim, o diretor do Instituto se mostrou confiante com o cronograma. “Preocupa sim a chegada da matéria prima, porque precisa chegar para não parar o processo de produção e esperamos que isso aconteça muito rapidamente. Se chegar antes do fim do mês, manteremos o cronograma de entrega de vacinas”, finalizou Dimas Covas.

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