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    Entenda o que é a intersexualidade e como ela se manifesta

    À CNN Rádio, a endocrinologista especialista em pessoas intersexo, Elaine Frade Costa, explicou as complexidades do tema

    Amanda Garciada CNNRafael Câmara

    A intersexualidade é uma condição clínica que atinge, em média, 1,7% dos recém-nascidos no mundo, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas.

    O assunto é pouco discutido e, por esse motivo, o último dia 26 marcou o Dia da Visibilidade Intersexo.

    À CNN Rádio, no CNN No Plural +, a chefe da endocrinologia do Hospital das Clínicas Elaine Frade Costa, responsável por esses indivíduos, explicou que essas pessoas nascem com a genitália indefinida.

    “As pessoas portadoras nascem com genitais internos e/ou externos subdesenvolvidos, decorrentes sempre de alteração hormonal”, disse.

    Essa alteração é de deficiência ou excesso de ação dos hormônios sexuais, seja ele o estrógeno ou testosterona.

    Desde 2006, ela destaca, o termo mais utilizado é de “diferenças no desenvolvimento sexual” e a nomenclatura intersexo voltou recentemente.

    Antes, hermafrodita também era usado.

    O serviço oferecido no Hospital das Clínicas, segundo Elaine, é referência e, por isso, ele possui em torno de 500 pacientes em acompanhamento.

    “A principal demanda deles é uma alteração dos genitais”, afirmou.

    Ela lembra que, quando uma criança nasce, a primeira pergunta é sempre se “é menino ou menina.”

    “Para essas pessoas, esses genitais são indefinidos, ficam no meio do caminho.”

    Há uma discussão intensa na comunidade médica sobre em que momento a definição de um dos sexos deve acontecer.

    “Esse indivíduo tem gênero, mas a maior parte dessas pessoas necessita adequar o seu corpo e genitais ao seu gênero, para ter uma vida plena, do ponto de vista social, sexual e emocional, então essa correção tem sido muito discutida.”

    A especialista destaca que, dentre os pacientes atendidos, 100% “responderam que preferiam ter sido tratados na infância e não ter passado pela adolescência com discriminação; na nossa experiência, o melhor caminho é adequar esse indivíduo na infância.”

    A médica destaca que o tratamento persiste durante toda a vida, com reposição hormonal, e é necessário acompanhamento multidisciplinar, com endocrinologistas, cirurgiões e psicólogos.

    *Com produção de Isabel Campos

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