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    Dor de cabeça: conheça as principais causas, tipos e tratamentos

    A dor de cabeça é uma condição comum que pode afetar pessoas de todas as idades; conheça os tipos, causas e tratamentos para aliviar

    Da CNN

    A dor de cabeça, conhecida tecnicamente como cefaleia, é um dos sintomas mais comuns entre a população. É uma sensação de desconforto, pressão ou dor que ocorre na região da cabeça e/ou pescoço.

    Cerca de 70% das mulheres e 50% dos homens apresentam pelo menos um episódio de cefaleia ao mês, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia.

    Mas quais são os tipos de dor de cabeça e quais os tratamentos possíveis? Entenda mais a seguir.

    O que causa a dor de cabeça?

    A dor de cabeça pode ser causada por uma variedade de fatores, e muitas vezes a causa pode ter uma motivação multifatorial.

    “Existem dores de cabeça que são consideradas primárias, como a cefaléia tensional, ou enxaqueca e a cefaleia em salvas”, afirma o neurocirurgião Fernando Gomes.

    “E as secundárias, que acontecem devido a algum problema de saúde que pode ser um aneurisma cerebral que rompeu, um tumor cerebral, uma infecção no crânio. Tudo vai depender”, complementa.

    Alterações na rotina de sono, como dormir pouco ou em excesso, e na alimentação, como jejum prolongado e consumo exagerado de bebidas alcoólicas, também podem provocar dores de cabeça momentâneas.

    O sintoma também está associado a uma série de doenças, sendo necessária a avaliação médica para o diagnóstico preciso.

    Infecções virais e bacterianas, como sinusite e meningite, além de gripes e resfriados, assim como condições mais graves como aneurismas, tumores cerebrais, acidente vascular cerebral (AVC) e lesões cranianas podem provocar dores de cabeça em diferentes níveis.

    Preocupações excessivas, ansiedade, tensão e estresse também podem levar aos quadros de muita dor de cabeça.

    No vídeo abaixo o especialista explica quais são as principais causas da dor de cabeça e quais são os indicativos da necessidade de atendimento especializado. Confira:

    Quais são os tipos de dor de cabeça?

    Os tipos de dor de cabeça também podem ser associados a diferentes causas.. De acordo com a Sociedade Internacional de Cefaleia, existem mais de 150 tipos diferentes, que podem estar associados a diversos quadros clínicos.

    Entenda alguns desses tipos.

    Cefaleia tensional

    A cefaleia tensional ou tipo tensão está relacionada à tensão da musculatura ao redor do pescoço e do crânio. É uma sensação de aperto, pressão ou aperto ao redor da cabeça ou da testa.

    Ela pode ser episódica, sendo esporádica, ou crônica, ou seja, é uma dor de cabeça constante e contínua.

    No geral, ela é considerada muito comum: varia entre entre 30% e 78%, segundo a Sociedade Internacional de Cefaleia.

    Enxaqueca

    Tipos de dor de cabeça
    Tipos de dor de cabeça / Imagem: Shutterstock

    A enxaqueca, por sua vez, é uma doença neurológica crônica definida por uma dor latejante, em um ou nos dois lados da cabeça.

    Além da dor em si, ela envolve a sensibilidade à luz, cheiros ou barulhos, náuseas e vômitos, incômodo visual, formigamento e tonturas

    “No Brasil, 31 milhões de pessoas sofrem com enxaqueca. Esse adensamento no mundo é bastante parecido com o Brasil. Exceto, quando a gente fala de enxaqueca crônica, que é a enxaqueca que a pessoa tem 15 dias ou mais de dor por mês”, explica Márcio Nattan, neurologista do Grupo de Cefaleias do Hospital das Clínicas de São Paulo.

    Ou seja, a pessoa passa mais tempo com dor do que sem. No Brasil, a taxa é mais comum do que no resto do mundo, em torno de 5% da população”, completa.

    Estudos recentes têm mostrado a relação entre a enxaqueca e vitamina D. Um relatório apresentado em uma reunião da American Headache Society descobriu que 40% das pessoas com enxaqueca tinham baixos níveis de vitamina D.

    Cefaleia em salvas

    Especialistas explicam que a cefaleia em salvas é um tipo de dor de cabeça intensa, que se manifesta em um lado da cabeça, geralmente na têmpora ou ao redor do olho.

    As crises são de curta duração, variando de 30 minutos a uma hora. Essa condição é caracterizada por apresentar congestão nasal ou coriza, e em alguns casos, pode causar uma pálpebra caída, lacrimejamento excessivo e vermelhidão facial.

    As dores de cabeça ocorrem regularmente, agrupadas em períodos que podem durar de um a três meses, seguidos por períodos sem dor que podem se estender por meses a anos.

    Ao contrário da enxaqueca, pessoas que sofrem de cefaleiaem salvas não conseguem deitar-se devido à intensa dor.

    Elas muitas vezes caminham de um lado para o outro em ritmo acelerado e, às vezes, podem até bater a cabeça em uma parede, buscando algum alívio temporário.

    Cefaleia secundária à sinusite

    Essa é a cefaleia associada à sinusite, como o nome sugere. É uma dor que ocorre como resultado de uma inflamação ou infecção dos seios da face (seios paranasais).

    Esses seios são cavidades de ar localizadas ao redor do nariz, olhos e maçãs do rosto. Quando os seios estão inflamados ou infectados, eles podem ficar obstruídos e cheios de muco, o que leva ao aumento da pressão e dor na região da face e da cabeça.

    A dor geralmente é sentida na testa, maçãs do rosto, olhos ou parte de trás do nariz.É considerada uma pressão ou sensação de peso na área afetada.

    Muitas vezes piora quando a pessoa se inclina para a frente ou se deita, pois isso pode aumentar a pressão nos seios inflamados.

    Cefaléia secundária à hipertensão

    A cefaleia secundária à hipertensão, também conhecida como cefaléia relacionada à pressão arterial elevada, é uma dor que pode ocorrer como resultado do aumento da pressão arterial.

    No entanto, é importante esclarecer que a maioria das dores de cabeça não está relacionada diretamente à hipertensão arterial.

    A pressão arterial elevada por si só geralmente não causa dor de cabeça. A cefaleia secundária à hipertensão ocorre em casos de hipertensão grave, em que ela está significativamente elevada.

    A sensação de dor pode ser generalizada ou ocorrer principalmente na parte de trás da cabeça.

    Cefaleia secundária às alterações na articulação temporomandibular

    A cefaleia secundária às alterações na articulação temporomandibular (ATM) é uma dor de cabeça que ocorre como resultado de problemas ou disfunções nessa articulação, que é a articulação que liga o osso temporal do crânio à mandíbula.

    Essa condição é conhecida como cefaleia secundária porque ela é uma consequência de um problema subjacente na articulação temporomandibular.

    A sensação de dor geralmente é sentida na região das têmporas, testa, mandíbula e/ou ao redor da orelha.

    Muitas vezes, ela piora ou é desencadeada pela movimentação da mandíbula, como ao mastigar, falar ou bocejar.

    As alterações na articulação temporomandibular podem ser causadas por diversos fatores, como bruxismo (hábito de ranger ou apertar os dentes), má oclusão dentária, lesões na mandíbula, artrite temporomandibular, tensão muscular na região da mandíbula.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da dor de cabeça é realizado através de uma avaliação clínica completa pelo profissional de saúde, que geralmente é um médico clínico geral ou um neurologista.

    Durante a consulta, o médico realizará uma série de perguntas sobre os sintomas — por exemplo, se tem dores de cabeça frequentes —, histórico médico, estilo de vida, possíveis fatores desencadeantes e outros sintomas associados.

    Alguns dos passos e perguntas comuns realizados para o diagnóstico da dor de cabeça incluem:

    • Descrição dos sintomas: o paciente deve descrever a intensidade, localização, qualidade e informar sobre a dores de cabeça frequente ou esporádica, bem como quaisquer outros sintomas associados, como náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia);
    • Histórico médico: o médico perguntará sobre o histórico de saúde do paciente, incluindo quaisquer doenças prévias, condições médicas subjacentes, histórico familiar de dor de cabeça ou outras condições neurológicas;
    • Fatores desencadeantes: identificação de possíveis fatores desencadeantes, como estresse, alimentação, variações hormonais, mudanças climáticas, entre outros;
    • Frequência e duração: perguntas sobre a frequência com que as dores de cabeça ocorrem e quanto tempo elas duram em cada episódio;
    • Exame físico: o médico realizará um exame físico geral para verificar sinais de outras condições médicas que possam estar relacionadas à dor de cabeça.

    Possíveis tratamentos para a dor de cabeça

    Tratamentos para a dor de cabeça
    Tratamentos para a dor de cabeça / Imagem: Shutterstock

    O tratamento para dores de cabeça varia de acordo com o tipo e a causa subjacente da dor.

    Existem diversas opções de tratamento disponíveis, desde medidas de autocuidado até medicamentos específicos para quem sofre com dores de cabeça todos os dias.

    No geral, medicamentos analgésicos de venda livre são usados. Para dores de cabeça leves a moderadas, medicamentos como paracetamol, ibuprofeno ou aspirina podem ser eficazes para aliviar a dor.

    Existem medicamentos projetados para tratar especificamente a enxaqueca, como triptanos e ergotaminas, que podem ser eficazes em aliviar os sintomas dessa condição.

    Para casos de dores de cabeça recorrentes e intensas, o médico pode prescrever medicamentos preventivos para reduzir a frequência e a intensidade das crises.

    Recentemente, um novo medicamento foi descoberto para ajudar a prevenir enxaquecas em pessoas que não obtiveram sucesso com outros tratamentos.

    Os resultados indicaram que o atogepant foi eficaz em reduzir significativamente a frequência e a intensidade das crises de enxaqueca nesses indivíduos que participaram do estudo.

    Práticas como meditação, ioga, biofeedback e outras técnicas de relaxamento também podem ser úteis para reduzir o estresse e a tensão muscular, ajudando a aliviar a dor de cabeça tensional. O ideal é procurar um profissional de medicina.

    Quais são os riscos da automedicação?

    Com o objetivo de aliviar a dor de cabeça, pessoas recorrem a diferentes tipos de medicamentos por conta própria.

    A automedicação sem a avaliação prévia de um profissional capacitado pode trazer problemas para a saúde.

    Entre os riscos mais frequentes estão o perigo de intoxicação, reações alérgicas, dependência e resistência aos remédios.

    “Primeiro, a pessoa toma um medicamento que não sabe direito qual o efeito no corpo. Segundo, ela pode acostumar o sistema nervoso central e até o próprio organismo com aquele medicamento e depois você cria uma situação de dependência”, alerta o neurocirurgião.

    Os medicamentos são uma das principais causas de intoxicação no Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acompanhados de produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos danificados.

    Além do impacto sobre a vida humana, as reações adversas a medicamentos também influenciam significativamente nos custos despendidos com saúde.

    De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os hospitais gastam entre 15% a 20% de seus orçamentos para lidar com as complicações causadas pela automedicação, caracterizando um problema de saúde pública.

    Os principais medicamentos utilizados na automedicação são os anti-inflamatórios e analgésicos, para alívio dos sintomas de dor e febre.

    Como qualquer outro medicamento, no entanto, deve-se atentar aos riscos.Os principais riscos da automedicação são:

    • Atraso no diagnóstico correto, devido ao mascaramento dos sintomas;
    • Agravamento do distúrbio;
    • Alguns medicamentos podem provocar dependência;
    • Possibilidade da ocorrência de efeitos adversos;
    • Desconhecimento de interações medicamentosas;
    • Reações alérgicas que podem variar de leves, moderadas a graves;
    • Criar resistência a micro-organismos, como no caso dos antibióticos;
    • Intoxicações, que podem provocar a morte.

    Quando procurar ajuda médica?

    Segundo o neurocirurgião Fernando, mudanças no padrão das dores de cabeça podem ser um sinal de um problema de saúde que requer acompanhamento médico.

    “Quando o indivíduo tem mais de uma vez por semana e não tinha muita dor de cabeça antes, uma dor que começa de uma forma súbita, por exemplo”, afirma.

    Se existe alteração de comportamento, mostrando que o cérebro está funcionando de uma maneira diferente ou quando crises convulsivas vêm em conjunto também, também é importante procurar ajuda.

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