Em um mês, fila de espera por leitos de Covid-19 cai mais de 60% no Rio
Número de mortes pela doença ainda segue em alta no estado
O estado do Rio de Janeiro registrou, nos últimos trinta dias, uma queda superior a 60% na fila de pacientes que esperam por um leito de enfermaria ou de UTI para tratamento do novo coronavírus. Os dados foram obtidos pela CNN por meio da plataforma Monitora Covid-19, painel oficial do governo estadual.
Na manhã desta quinta-feira (22), 229 pessoas aguardavam por uma vaga para internação na rede pública de saúde do Rio. Na mesma data há um mês, os hospitais estaduais registraram uma fila de 643 pacientes com sintomas de Covid-19 à espera de tratamento.
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo explica que a redução no número de internações pela doença no estado do Rio é decorrente de um conjunto de fatores, entre eles a imunização de grupos prioritários.
“Foi um ‘mix’ de coisas. As medidas restritivas, com certeza, tem impacto nesse resultado. A vacinação pode ter ajudado também em determinadas faixas etárias, como nos mais idosos, sem dúvida”, explicou Chebabo.
Atualmente, a taxa de ocupação de UTI chega a 87,1%, enquanto de enfermaria é de 69,4%.
Rede privada também apresenta queda nas internações
A Rede D’Or São Luiz, que é a maior operadora privada de hospitais do Brasil, registrou uma queda expressiva do número de pacientes com Covid-19 internados nas unidades do Rio de Janeiro.
Os hospitais particulares da Rede D’Or, localizados no estado fluminense, registraram mil pacientes no pico da doença em maio de 2020. Atualmente, as unidades somam 500 pacientes em tratamento para Covid-19.
Mortes seguem em alta
Apesar da redução na fila de pacientes por uma vaga de Covid-19, o número de mortes pela doença ainda segue em evidência. O Rio bateu, no início desta semana (19), o recorde na média móvel de mortes por Covid-19: 282 óbitos por dia.
Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e infectologista Celso Ramos, as mutações são as responsáveis pela dificuldade em controlar a pandemia.
“Essa nova mutação que está circulando agora é muito mais transmissível, isso quer dizer que a quantidade de vírus nas vias áreas das pessoas é muito maior. Desse modo, torna-se mais fácil para a pessoa transmitir a doença e perpetuar a crise”, disse.