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    Em qual idade atletas olímpicos atingem o auge? Estudo responde

    Pesquisadores do Canadá analisaram dados estatísticos de desempenho ano a ano de cada atleta de atletismo que competiu individualmente em uma Olimpíada desde os Jogos de 1996, em Atlanta

    Gabriela Maraccinida CNN

    Muitos fatores estão envolvidos na conquista da medalha de ouro por um atleta olímpico. Além de anos de treinamento e disciplina, o desempenho físico e a idade também influenciam nesse resultado. Um novo estudo, conduzido por estudantes da Universidade de Waterloo, no Canadá, usou dados estatísticos para descobrir quando um atleta olímpico atinge seu auge de desempenho.

    Para isso, o estudo, publicado na edição de julho do Significance Journal da Royal Statistical Society, analisou estatísticas relacionadas ao atletismo, uma modalidade olímpica que abrange corrida, salto, arremesso e provas combinadas.

    Segundo o trabalho, atletas de atletismo atingiram o auge do desempenho físico aos 27 anos, em média. Depois dessa idade, há apenas 44% de probabilidade que o pico de um atleta ainda esteja por vir, com o desempenho físico caindo a cada ano subsequente, segundo o estudo.

    Para chegar a essa conclusão — que, os pesquisadores enfatizam, é apenas teórica — eles selecionaram um conjunto de dados de desempenho de carreira ano a ano de cada atleta de atletismo que competiu individualmente em uma Olimpíada desde os Jogos de 1996, em Atlanta. Esses dados continham fatores como gênero, nacionalidade, tipo de prova, há quanto tempo o atleta estava treinando em um nível de elite e se era ou não um ano olímpico.

    Segundo os autores do estudo, as progressões de desempenho na carreira da maioria dos atletas podem ser visualizadas como uma “curva de sino” — ou seja, um gráfico em que a linha possui uma forma de sino, tendo um ponto mais alto que representa um evento mais provável em uma série de dados, e outras ocorrências distribuídas igualmente em torno desse evento, criando linhas inclinadas para baixo.

    Em outras palavras, isso significa que os atletas treinam ao longo de vários anos para atingir seu melhor desempenho, representado por esse ponto mais alto em um gráfico, em uma determinada idade. Depois disso, o desempenho declina gradualmente com o passar dos anos.

    “Ao contrário de outros esportes olímpicos, como futebol e tênis, que têm suas próprias competições de alto nível fora dos Jogos; as Olimpíadas são o maior palco no qual atletas de atletismo competem”, explica David Awosoga, mestrando em ciência de dados e principal autor da pesquisa, em comunicado à imprensa.

    “Como as Olimpíadas ocorrem apenas uma vez a cada quatro anos, os atletas de atletismo devem considerar cuidadosamente quando e como devem treinar para maximizar sua probabilidade de se classificar para as Olimpíadas enquanto estão em seu auge pessoal”, acrescenta.

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    Segundo Matthew Chow, estudante de graduação em economia e coautor da pesquisa, outra descoberta interessante do estudo é que, ao saber que um atleta está em ano olímpico, é possível prever o seu desempenho no esporte.

    “Nossa principal lição é que estabelecemos uma lista de variáveis ​​que ajudam a prever quando será o auge [do atleta]”, afirma Awosoga. “Você não pode mudar o ano das Olimpíadas, sua genética ou sua nacionalidade, mas pode modificar seus regimes de treinamento para melhor se alinhar a esses fatores biológicos e externos”, completa.

    Os pesquisadores enfatizam que a análise é apenas teórica, mas esperam que as descobertas possam ser úteis tanto para os atletas, quanto para os fãs e torcedores. “Quando assistimos atletas de atletismo competindo, estamos testemunhando uma anomalia estatística: alguém que está no auge de seu desempenho físico e, ao mesmo tempo, se beneficia de um momento extremamente de difícil previsão”, afirma Chow.

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