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    É preciso se antecipar à Ômicron e abrir mais leitos, diz especialista

    Em entrevista à CNN, Lígia Bahia avaliou que ainda falta "coordenação, planejamento e capacidade de antecipar uma resposta" às ondas da Covid-19

    Giovanna GalvaniLudmila CandalPedro Pimentada CNN

    em São Paulo

    Após o Brasil registrar o recorde de 1 milhão de casos semanais de Covid-19, ainda há potencial de expansão da variante Ômicron do coronavírus pelo país – especialmente em direção ao interior, avaliou Lígia Bahia, especialista em gestão de saúde pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à CNN nesta segunda-feira (31).

    Para a especialista, é necessário “se antecipar” a esse novo movimento da pandemia a fim de prevenir colapsos nos sistemas de saúde, seja nas enfermarias ou nos Centros de Terapia Intensiva (CTI).

    “Temos um prognóstico mais favorável, a gente imagina que já tenha platô [de casos] nas cidades, mas a Ômicron está interiorizando. Uma pandemia tem uma dinâmica. O que a gente precisa fazer é se antecipar a ela: como sabe que está se interiorizando, temos que abrir leitos nesses locais”, declarou.

    Para a especialista, ainda falta “coordenação, planejamento e capacidade de antecipar uma resposta” por parte dos sistemas de saúde.

    A responsabilidade, porém, não recai sobre os profissionais da linha de frente. “A gente gastou mais, houve mais recursos, mas pouca expansão da oferta de recursos públicos para a saúde. Isso é ruim para o Brasil”, afirmou.

    Lígia Bahia analisa existir uma “emergência” em como o país deve “entrar em uma estrada que nos leve para o melhor sistema público de saúde”. Em seu entendimento, não há esse movimento por parte das autoridades públicas.

    “O problema não é a pandemia, é o dia a dia, pessoas que enfartam, quebram braço, ações simples que necessitam de atendimento de urgência e emergência. Em sua maioria, as emergências estão muito precárias. Os profissionais estão exaustos, muitos sequer recebem salário no dia certo”, disse.

    “É perigoso hoje a gente sofrer um acidente e sermos atendidos nas emergências públicas do Brasil, e isso já foi diferente”, declarou.