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    “É muito mais lógico e prático pedir passaporte da vacina”, diz infectologista

    Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, comentou a decisão do STF de exigir comprovante de imunização ao entrar no Brasil

    Duda CambraiaTiago Tortellada CNN

    Em entrevista à CNN, a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, disse que a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, da obrigatoriedade do passaporte da vacina ao entrar no Brasil é adequada.

    “É um direito do Brasil exigir a carteira de vacinação para quem está entrando no país, e isso é fundamental. Na minha visão, já deveria ter sido feito antes. Foi uma decisão extremamente importante”, destacou a doutora.

    Com a maior circulação de pessoas em dezembro, após reabertura e retomada de eventos, ela entende que essa medida já poderia ter sido adotada antes.

    De acordo com Richtmann, o esquema vacinal completo faz diferença no combate à pandemia, pois pessoas imunizadas apresentam menor transmissibilidade do vírus quando comparadas a não vacinados.

    A infectologista explicou que a quarentena de cinco dias, anunciada pelo governo federal na semana passada, deveria, pelo menos, ser maior, pois o período de incubação do coronavírus é de 10 a 14 dias. Ainda de acordo com ela, fazer esse isolamento prologado dificultaria ainda mais a vigilância em um país com muitas fronteiras e fluxo de viajantes, caso do Brasil.

    “É muito mais prático para o sistema do Brasil pedir a vacinação, e, eventualmente, também pedir um teste negativo. Vários países fazem isso”, colocou a doutora. A nossa percepção é que isso não vai acontecer [a quarentena]. Ficaria em uma recomendação, numa nota técnica. No ponto de vista efetivo, não sabemos como iria acontecer”, disse.

    Dose de reforço e Ômicron

    Rosana Richtmann explicou durante a entrevista que a dose adicional é muito importante para evitar o desenvolvimento da forma grave da Covid-19.

    “O principal objetivo da vacinação é prevenir hospitalização. [A vacina] não têm uma ação esterilizante, de não transmitir, mas o vacinado transmite muito menos que o não vacinado”, afirmou a infectologista.

    Quanto à nova variante do coronavírus, a Ômicron, Richtmann dise que ela é, no momento, uma variante de “preparação, e não de preocupação”.

    “Temos tempo de nos preparar. Já tivemos essa oportunidade no passado, mas não fizemos a lição de casa. Agora estamos dando exemplo com vacinação e a dose de reforço”, colocou.

    De acordo com a infectologista, a ciência já mostra a tendência de que o vírus, nessa nova mutação, perdeu um pouco a força de causar formas mais graves, o que será confirmado com mais pesquisas.

    “Isso não é uma surpresa. Na história das grande epidemias, muitas vezes o vírus vai se replicando, mutando, errando nas replicações, e, com o acúmulo de mutações e surgimento de uma nova variante, ele pode perder a força de causar doença mais grave. Em compensação, e a Ômicron está mostrando isso, ele é mais transmissível”. explicou Richtmann.

    Outras duas medidas importantes no combate à pandemia, segundo a doutora, é a utilização de máscaras e testagem, pois, no momento, é mais provável que as pessoas sejam assintomáticas. Assim, os testes para Covid-19 são importantes para manter a vigilância sanitária e controle.

    Ela ainda advertiu que o surgimento de uma nova variante de interesse é possível.

    “Tivemos duas variantes na América Latina, Mu e Lambda. Elas não se tornaram variantes de preocupação por não terem tido capacidade de transmissão, mas foram importantes pelo ponto de vista do escape da vacina”, colocou Richtmann. “Por isso é preciso um filtro, além das medidas de proteção, pois minimiza a quantidade de pessoas trazendo o vírus, mesmo que de forma assintomática”, concluiu a doutora.

    Veja a entrevista completa no vídeo acima.

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