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    É difícil prever como será o Carnaval de 2022, diz infectologista sobre Ômicron

    Pesquisador da Fiocruz explica que ao entrar no Brasil, variante poderá gerar aumento de casos em cidades e estados com baixa cobertura vacinal

    Produzido por Duda Cambraiada CNN , em São Paulo

    A Ômicron, nova variante da Covid-19, ameaça o processo de arrefecimento da pandemia no Brasil. Nesse contexto, grandes eventos esperados para o fim deste ano e para o Carnaval de 2022 podem ser impactados, alerta o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz do Mato Grosso do Sul.

    “É muito difícil prever como será o Carnaval do ano que vem, a pandemia é tão dinâmica que a gente não tem certeza de muita coisa, mas é bom ficar em alerta, toda essa situação nos preocupa.”

    O maior desafio se deve à cobertura vacinal que, destaca o pesquisador, não é homogênea em todo o Brasil.

    “A gente tem elevadas coberturas na cidade do Rio de Janeiro, mas isso não ocorre nas cidades fluminenses como um todo. A gente tem diversos estados do Norte e Nordeste que não atingiram 70% ou 80% de cobertura vacinal. Então, uma variante mais transmissível em locais com baixas coberturas, em eventos de massa, pode ser responsável pela retomada do crescimento da pandemia.”

    O infectologista considera “prematuro” afirmar que haverá Carnaval e analisa que a vacinação no Brasil estagnou.

    “Não estamos conseguindo aumentar nossa cobertura, um evento desse, que é uma aglomeração de milhares de pessoas, está associado, sim, a mais transmissão, mais aumento de hospitalização e óbito.”

    Julio Croda disse ainda que existe a possibilidade de a variante já estar aqui. “Nunca tivemos um controle muito detalhado dos viajantes, não exigimos o passaporte vacinal que diversos países já colocaram, não exigimos o teste 72 horas antes”, pontua.

    “Chance de nova variante estar circulando no Brasil é bastante elevada, quanto mais a gente conter a introdução no Brasil em diversas cidades, e mais avançarmos na nossa vacinação, a disseminação da Ômicron terá impacto menor.”

    Além disso, ele ressalta a necessidade de a vacinação contra Covid-19 ser autorizada para crianças, uma vez que ajudará a intensificar a imunidade coletiva. “Talvez esse alerta da Ômicron sirva para a gente aumentar as nossas coberturas vacinais”, acredita.

    Julio Croda falou, também, sobre a importância de equalizar a oferta de vacina em todos os países do mundo. “A vacina evita o surgimento de novas variantes e é só através da vacinação de todo o planeta que a gente controla o risco.”

    Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fiocruz do Mato Grosso do Sul (28.nov.2021) / CNN / Reprodução

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