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    É cedo para associar varíola dos macacos à transmissão sexual, diz virologista

    À CNN Rádio, Clarissa Damaso explicou que são necessários mais estudos para definir se doença pode ser transmitida sexualmente

    O Brasil tem cinco casos confirmados de monkeypox até o momento
    O Brasil tem cinco casos confirmados de monkeypox até o momento 23/05/2022REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa

    Amanda Garcia

    Em entrevista à CNN Rádio, a virologista da UFRJ Clarissa Damaso disse que ainda não é possível afirmar se a varíola dos macacos pode ser transmitida sexualmente.

    Na última quarta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que analisa essa possibilidade, depois de cientistas detectarem DNA viral no sêmen de um conjunto de pacientes identificados com monkeypox na Itália e na Alemanha.

    “Temos que tomar cuidado com o que está acontecendo, não foi o vírus replicante que foi encontrado, mas material genético, não é a mesma coisa, precisamos de mais estudos”, afirmou.

    Segundo a virologista, “se o material representar vírus ativo aí sim pode estar associado à transmissão via sexual, mas mais amostras devem ser estudadas para se ter certeza.”

    A transmissão da patologia ocorre por meio de contato direto com uma pessoa infectada que apresente lesões na pele, ou por gotículas de saliva.

    A manifestação clínica da varíola dos macacos, de acordo com Clarissa, está diferente, “mais branda”, mas isso muitas vezes “permite que haja uma disseminação maior da doença.”

    O Brasil tem, até o momento, cinco casos confirmados: três em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro.

    Todos eles tiveram passagem por países como Portugal e Reino Unido, que registram casos da doença.

    “Tivemos mais de 1.700 casos no mundo e nenhum óbito, a doença tem sido bem branda neste surto, com a maioria dos casos sendo de adultos na faixa em torno de 34 a 37 anos, predominantemente homens, com poucas crianças e mulheres.”

    A especialista acredita que o Ministério da Saúde tem feito “um excelente trabalho” de monitoramento: “Com identificação de casos suspeitos o mais rápido possível para o diagnóstico.”

    “O mais importante é contar com ajuda dos médicos em ter atenção aos sintomas e sinais da doença, para diagnóstico clínico”, completou.

    *Com produção de Isabel Campos