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    Drive-thru x fila: especialistas explicam onde o risco de contaminação é maior

    Infectologistas ressaltaram que nem mesmo o uso de máscara livra a pessoa totalmente da contaminação nas filas

    Idosos fizeram fila e aglomeração com medo de faltar vacina
    Idosos fizeram fila e aglomeração com medo de faltar vacina Foto: CNN

    Thayana Araujo, da CNN no Rio de Janeiro

    Idosos que se vacinam via drive-thru têm menos chance de se contaminar com o vírus da Covid-19 em relação aos que ficam, em pé, nas filas. O alerta é de membros da Sociedade Brasileira de Infectologia. A CNN ouviu alguns dos especialistas e todos foram unânimes quanto à distinção da forma mais segura de um idoso aguardar a vez para um dos momentos mais esperados pelos brasileiros hoje. Os infectologistas ressaltaram que nem mesmo o uso de máscara livra a pessoa totalmente da contaminação nas filas. 

    Alexandre Naime, chefe do Departamento de Infectologia da UNESP, destaca que a esperança de estar a minutos da imunização também pode dar espaço para o risco de pegar a doença ainda na fila. “Se compararmos as duas situações, a pessoa no drive-thru está muito mais protegida. É um ambiente fechado, familiar. Agora, quem está na fila, em pé, assim como a gripe, pode pegar mais facilmente a Covid-19. É horrível ver a aglomeração que se forma nas filas com idosos. Quem tem condição, vai de carro e prova mais uma vez como a Covid se mostra mais insidiosa nos pobres, nos que não têm a condição de ir de carro.”

    O infectologista e professor da Universidade Federal de Roraima Luis Galan defende a manutenção dos serviços em modalidade drive-thru como medida que melhora a proteção e segurança das pessoas. O médico destacou uma revisão sistemática feita por cientistas canadenses para alertar sobre as filas no país para a imunização. A pesquisa, segundo ele, constatou que o risco de se infectar com vírus, estando a menos de um metro de alguém com confirmação ou suspeita da doença, é de 12,8%. O risco reduz a menos de 2% quando se permanece a pelo menos dois metros. Baseado nisso, Galan explica que o risco de um idoso se infectar, estando em pé numa fila com pessoas ao redor, sem respeito ao distanciamento mínimo e fazendo uso inadequado de máscara é maior se comparado à pessoa que está dentro do carro com um familiar, este certamente tomando todos os cuidados, zelos diários e contato mínimo com o profissional de saúde. 

    A presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, explica que, dependendo de como o idoso vai ao drive- thru e como ficará no posto, ele está em uma situação mais segura para ser imunizado. “Deverá ir ao carro, no banco de trás do carona, motorista e ele com máscara e janela aberta. Se for ao posto, precisa ir de máscara e manter um distanciamento de 1,5 metro da outra pessoa da fila. As comparações não são matemáticas. Tudo está relacionado ao distanciamento e à circulação de ar”, alerta Vergara. 

    O vice-presidente na Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, destaca um detalhe importante na fila da imunização. “Na fila do posto, se as pessoas ficassem distantes 1,5 metros umas das outras, de máscara e sem ficar conversando, a contaminação seria menor. A contaminação se dá até um a dois metros de distância. Ao ar livre não tem aerossolização, por causa da dispersão do ar, não existe esse risco.” Chebabo concluiu a explicação ressaltando que no carro não tem aglomeração. “Cada um está no seu carro. Normalmente com alguém dirigindo que já é do convívio.”                   

    Longas filas de espera e aglomerações se formaram em postos de saúde durante a retomada da vacinação contra a Covid-19 na última quinta-feira (25) no Rio de Janeiro, assim como nos pontos de drive-thru, cenas registradas pela CNN. A capital teve o calendário interrompido por uma semana. A falta dos imunizantes após a terça-feira de carnaval (16) fez com que muitos idosos corressem para garantir a dose com receio de nova escassez. O secretário de saúde do município, Daniel Soranz, chegou a orientar para que dessem preferência para o horário da tarde, quando os postos estão mais vazios. Em outras cidades houve registro de fila para senhas, como em Belford Roxo, e aglomeração de idosos em São Gonçalo, ambas as cidades na Região Metropolitana do RJ e duas das com mais registros de casos de contaminação.

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