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    Dormir pouco aumenta risco de desenvolver pressão alta, mostra estudo

    O risco pode ser maior em mulheres que dormem menos de sete horas por noite, em comparação com os homens, segundo pesquisadores

    Gabriela Maraccinida CNN

    Dormir menos de sete horas por noite pode aumentar o risco de desenvolver pressão alta à longo prazo, de acordo com um novo estudo que será apresentado na Sessão Científica Anual do American College of Cardiology, no dia 7 de abril.

    Estudos anteriores já haviam mostrado uma relação entre padrões de sono e hipertensão, mas as evidências sobre a natureza dessa associação ainda são inconsistentes, segundo os pesquisadores do atual estudo.

    A pesquisa atual reuniu dados de 16 estudos realizados entre janeiro de 2000 e maio de 2023, avaliando a incidência de hipertensão em mais de 1 milhão de pessoas de seis países que não tinham histórico prévio de pressão alta. Essas pessoas foram acompanhadas por um período médio de cinco anos — o acompanhamento variou de 2,4 a 18 anos.

    Segundo a análise, a curta duração do sono foi significativamente relacionada a um maior risco de desenvolver hipertensão após ajuste para fatores de risco demográficos e cardiovasculares, incluindo idade, sexo, educação, IMC (índice de massa corporal), pressão arterial e tabagismo.

    A associação entre hipertensão e curta duração de sono foi ainda maior entre aqueles que dormiam menos de cinco horas por noite.

    “Com base nos dados mais atualizados, quanto menos você dorme – ou seja, menos de sete horas por dia – maior a probabilidade de desenvolver pressão alta no futuro”, diz Kaveh Hosseini, professor assistente de cardiologia no Tehran Heart Center, no Irã, e autor principal do estudo.

    “Vimos uma tendência entre maior duração do sono e maior ocorrência de hipertensão, mas não foi estatisticamente significativa. Dormir de sete a oito horas, conforme recomendado por especialistas em sono, também pode ser o melhor para o seu coração”, completa.

    Dormir menos de sete horas por noite pode aumentar em 7% o risco de ter pressão alta

    De acordo com o estudo, dormir menos de sete horas por noite está associado a um risco 7% maior de desenvolver pressão alta. Em pessoas que dormiam menos de cinco horas, esse risco aumenta para 11%. Para efeito de comparação, condições como diabetes e tabagismo aumentam o risco de hipertensão em, pelo menos, 20%, de acordo com Hosseini.

    Para o autor do estudo, essa associação pode acontecer devido à perturbação no sono, que pode ser causada por um estilo de vida pouco saudável, com uma alimentação rica em gorduras saturadas e uso de álcool, além do trabalho noturno, uso de certos medicamentos, ansiedade, depressão, apneia do sono e outros distúrbios relacionados ao sono.

    O estudo também observou que, quando comparadas com os homens, as mulheres que dormiam menos de sete horas por noite tiveram um risco 7% maior de desenvolver pressão alta.

    “Dormir pouco parece ser mais arriscado nas mulheres”, disse Hosseini. “A diferença é estatisticamente significativa, embora não tenhamos certeza de que seja clinicamente significativa e deva ser mais estudada. O que vemos é que a falta de bons padrões de sono pode aumentar o risco de hipertensão, que sabemos que pode preparar o terreno para doenças cardíacas e derrames.”

    O estudo apresenta limitações, como o fato de a duração do sono ter sido autorrelatada (ou seja, baseada no relato dos próprios participantes do estudo, o que pode não ser totalmente fiel à realidade). Além disso, nos estudos analisados pela pesquisa atual, houve variações na definição do que é uma curta duração de sono.

    “Mais pesquisas são necessárias para avaliar a associação entre a duração do sono e a hipertensão arterial usando métodos mais precisos, como a polissonografia, um método para avaliar a qualidade do sono com mais precisão”, afirma Hosseini. “Além disso, as variações na duração do sono de referência sublinham a necessidade de uma definição padronizada na investigação do sono para melhorar a comparabilidade e generalização dos resultados em diversos estudos.”

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