Diagnósticos de dengue não estão sendo feitos a tempo, alerta infectologista
À CNN Rádio, Marcelo Daher afirmou que aumento de 30% dos casos prováveis de dengue em relação a 2022 pode ter as chuvas como um fator
O infectologista Marcelo Daher avalia que o número de óbitos por dengue no ano passado foi muito alto e “acende luz de alerta de que o diagnóstico não está sendo feito a tempo, e o paciente chega ao hospital com quadros mais graves.”
Segundo balanço do Ministério da Saúde, neste ano, até o fim de abril, houve um aumento de 30% dos casos prováveis de dengue em relação a 2022.
Já são 333 mortes confirmadas e os casos pularam de 690 mil para 899 mil.
À CNN Rádio, Daher explicou que a doença é cíclica, com períodos de elevação e queda de incidência, mas que “as chuvas intensas deste ano podem ser um fator para a escalada.”
Essas chuvas aumentam os reservatórios em potencial do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika.
Segundo ele, “provavelmente este ano vai ser de elevação de casos de dengue, diante das chuvas.”
O infectologista vê um problema estrutural para conter essas doenças, que poderiam ser minimizadas com saneamento básico e infraestrutura.
“A vacina liberada pela Anvisa contra a dengue também pode ser boa alternativa”, completou.
Os sintomas das doenças transmitidas pelo mosquito são parecidos inicialmente, como qualquer vírus, com febre.
“Não há sintoma respiratório, só febre e mal-estar. No caso da dengue, há dor nos ossos, e chikungunya com dor articular, enquanto a zika apresenta febre com manchas.”
Marcelo Daher destaca que “se há quadros de febre sem quadro respiratório”, isso deve servir de aviso para que a pessoa procure um médico.
O infectologista ainda reforçou que a responsabilidade para combater a dengue envolve um “trabalho conjunto de orientação, educação e agentes de endemias para ajudar.”
“É necessário que se aumente o número desses agentes, responsáveis pela orientação, fiscalização e colocação dos venenos”, completou.
*Com produção de Isabel Campos