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    Dezesseis medicamentos contra a Covid-19 que estão em estudo no Brasil

    Pesquisadores apontam medicamentos que podem ser eficientes contra a doença, além daqueles aprovados para teste pela Anvisa

    Raphael Coraccinida CNN , Em São Paulo

    Depois de a vacinação avançar pelo mundo, ainda que de maneira desigual, medicamentos começam a aparecer, ainda em fase de testes, para ajudar a conter os efeitos devastadores do SARS-COV-2, o vírus responsável pela Covid-19.

    Ao contrário das vacinas, as drogas em teste agem, principalmente, para amenizar os efeitos da doença, e não para impedir a infecção. Ainda em estudo, os efeitos dos medicamentos sempre são restritos a quadros leve ou moderado. Vale ressaltar que nenhuma delas ainda foi aprovada para uso definitivo e todos ainda precisam ser mais estudados.

    O mais recente a ganhar a atenção de pesquisadores foi molnupiravir, medicamento da MSD, com a possibilidade de extinguir infecções em até oito dias com a ingestão de quatro capsulas ao dia durante cinco dias. A FDA, agência regulatória americana, está considerando a autorização de uso emergencial do medicamento.

    Enquanto aguarda a aprovação, a MSD autorizou fabricação de genéricos por outros laboratórios, que ficarão livres do pagamento de royalties, ao menos enquanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) mantiver a declaração de pandemia por coronavírus.

    No Brasil, o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz está em diálogo avançado com a MD para tentar viabilizar um modelo de cooperação técnica que envolva testes da droga no país e acesso à população, caso o medicamento seja aprovado pela Anvisa. Os testes com a droga, no entanto, ainda não foram iniciados no Brasil.

    Apesar de os estudos com o molnupiravir ainda não tenham avançado por aqui, a Anvisa já aprovou outros nove medicamentos para teste. O primeiro deles, o remdesivir, foi liberado em março deste ano. Existe ainda um décimo pedido aguardando liberação para iniciar a testagem. Algumas drogas em teste são usadas como coquetel, ou seja, atuam em conjunto.

    Por enquanto, a Anvisa não anunciou nenhuma evolução nos testes para uso definitivo.

    Além dos medicamentos já aprovados pela Anvisa, pesquisadores da USP trabalham com a possibilidade de outros sete medicamentos atuarem na contenção da infecção por coronavírus. Conheça-os.

    Drogas em estudo e aprovadas pela Anvisa

    Remdesivir

    O medicamento, que não é vendido em farmácias, é um antiviral injetável produzido em pó para diluição. O laboratório Gilead, responsável pelo seu desenvolvimento, aponta que ele é capaz de impedir a replicação do vírus no organismo, reduzindo o processo de infecção. O remdesivir teve registro concedido pela Anvisa em 12 de março deste ano.

    Segundo a agência, “o medicamento somente pode ser administrado para pacientes com pneumonia que precisam de oxigênio extra para ajudá-los a respirar, mas que não estejam sob ventilação artificial”.

    Casirivimabe e imdevimabe

    Produzidos pelas farmacêuticas Regeneron e Roche, os medicamentos, cujo coquetel é chamado de Regen-Cov, podem ser usados, emergencialmente, desde o dia 20 de abril. As drogas são administradas em dose única e indicadas apenas para quadros leves e moderados da doença, em adultos de todas as idades ou crianças com 12 anos ou mais que tenham contraído a Covid-19. A aplicação é diretamente na veia (infusão intravenosa).

    Casirivimabe e imdevimabe “não estão autorizados para uso em pacientes hospitalizados (internados) devido à Covid-19 ou que necessitam de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica em seus tratamentos”, esclarece a Anvisa. Segundo a agência, os estudos clínicos indicam que o medicamento não mostrou benefício em pacientes internados, podendo até agravar o quadro.

    Banlanivimabe e etesevimab

    Aprovado para uso emergencial em 13 de maio deste ano, banlanivimabe e etesevimab também são ministrados em pacientes maiores de 12 anos, com quadro leve ou moderado da doença, que pesem mais de 40 kg. Os estudos prévios apontam ainda que a combinação desses dois medicamentos não deve ser usada em pacientes que já estejam hospitalizados com Covid-19 ou que necessitem de oxigênio ou ventilação mecânica.

    “A infusão deve ser feita dentro de três dias do teste viral positivo e até dez dias após o início dos sintomas”, explica a Anvisa. Os medicamentos, que não podem ser vendidos em farmácia, são similares a tratamento de soroterapia.

    Regkirona (regdanvimabe)

    Também indicado para o tratamento de indicado para o tratamento de Covid-19 de leve a moderada, o regdanvimabe é um medicamento indicado para pacientes adultos que não necessitam de suplementação de oxigênio e com exame positivo para Covid-19. Deve ser administrado dentro de sete dias após o início dos sintomas.

    A agência de saúde aprovou o seu uso emergencial no dia 11 de agosto deste ano, mas destaca que há contraindicações para quem tem IMC igual ou inferior a 35; doença renal crônica; diabetes; doença imunossupressora ou que estejam recebendo tratamento imunossupressor no momento; possuam 65 anos de idade ou mais; possuam 55 anos de idade ou mais e tenham doença cardiovascular ou hipertensão ou ainda doença pulmonar ou respiratória crônica.

    Sotrovimabe

    Com uso emergencial aprovado no dia 8 de setembro, o medicamento imita a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus e atua para bloquear a ligação do vírus que o conecta com as células humanas. O sotrovimabe é indicado para o tratamento de Covid-19 leve a moderada em pacientes adultos e adolescentes com 12 anos ou mais, e que pesem pelo menos 40 kg.

    O tratamento é indicado apenas para aqueles que têm risco de evoluir para um quadro grave da doença e não deve ser ministrado em pacientes hospitalizados, que necessitem de oxigenoterapia ou que precisem de aumento na taxa de fluxo de oxigênio basal. O medicamento é de uso restrito a hospitais e não pode ser vendido em farmácias.

    Baricitinib

    Último medicamento aprovado pela Anvisa para testes, o baricitinib atua no processo de formação e desenvolvimento das células do sangue, na inflamação e na defesa do organismo.

    A Anvisa diz que o medicamento é indicado para pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.

    Tofacitinibe

    O pedido de autorização para uso emergencial do citrato de tofacitinibe foi apresentado pela Pfizer à Anvisa em 28 de julho, mas ainda não foi incluído na lista de medicamentos para teste. A agência diz que o prazo para resposta é de 30 dias, que já foi excedido, mas que pode se estender quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela agência.

    Em estudo, mas não apresentados à Anvisa

    Os pesquisadores da USP identificaram um grupo de outros sete medicamentos entre alguns milhares que foram testados e que se mostraram “potenciais inibidores da protease principal da SARS-CoV-2”, isso significa basicamente que eles talvez possam ajudar a conter as infecções por coronavírus.

    Hexassacarídeo derivado de acarbose

    Produto natural utilizado para reduzir o nível de glicose no sangue ao retardar a digestão dos carboidratos.

    Angiotensinamida

    Vasoconstritor utilizado para aumentar a pressão arterial em pacientes com hipotensão grave.

    Diidroestreptomicina

    Antibiótico muito usado em tratamento veterinário para casos de pneumonia e outras doenças relacionadas à contaminação por algumas bactérias.

    Enviomicina e viomicina

    São antibióticos utilizados para o tratamento de tuberculose.

    Fenoterol

    Encontrado com o nome de Berotec, usado no tratamento de doenças conhecidas como bronquite crônica, asma brônquica, pneumonia, enfisema pulmonar; doença pulmonar e tuberculose.

    Naratriptano

    Analgésico utilizado para tratamento de enxaqueca.

    Apesar dos estudos, nenhuma dessas drogas teve pedido de liberação para testes feito junto à Anvisa para tratamento de Covid-19

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