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    David Uip relata dias com coronavírus: ‘Fiquei no limite entre internar ou não’

    Em entrevista à CNN, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo falou sobre os sintomas da COVID-19

    Em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (6), o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, David Uip, falou sobre o período de afastamento por conta da infecção pelo novo coronavírus e deu detalhes sobre o avanço dos sintomas da COVID-19, que causaram pneumonia e quase o levaram a ser internado.

    “Foi difícil e sofrido, porque, além do processo, tive uma complicação pulmonar — embora leve — mas me deixou no limite entre internar ou não. Felizmente, não fui internado. Catorze dias complexos, de incertezas, mas felizmente estou recuperado”, disse ele.

    Uip ainda explica que foi ainda mais difícil ficar em casa por conhecer os riscos da doença.

    “Eu conheço doenças infecciosas e essa, minuciosamente. Então, no dia a dia, eu sabia o que ia acontecer e ia fazendo contas, porque essa doença complica do quinto ao sétimo dia”, relembra. “E nesse dia apareceu uma pneumonia em uma tomografia. Foi difícil. Não foi simples”.

    Como não teve falta de ar, Uip conta que decidiu esperar mais tempo em casa. “Tive a expectativa, fiquei atento e pode ter certeza que eu não teria hesitado, caso necessário, ir para o hospital”, afirma.

    Ficar em casa é ‘vital’

    Durante entrevista coletiva nesta segunda, Uip agradeceu por estar vivo e pediu que a doença não seja subestimada. À CNN, o médico infectologista voltou a apelar para que a população para que fique em casa.

    “É absolutamente vital. Não quero que ninguém passe pelo que eu passei. Se puder evitar, não saia de casa. Não pense só em você, mas que pode estar levando para a sua família”, pediu ele.

    Perguntado sobre risco de colapso do sistema de saúde estadual, Uip disse que dependerá do comportamento das pessoas em manter a adesão ao isolamento. “Se elas continuarem colaborando, isso vai ajudar que o sistema resista ao que vem pela frente. Se tivermos uma baixa adesão, seguramente teremos grandes dificuldades no atendimento”, explicou.

    Nesta segunda, o governo de São Paulo anunciou que vai prorrogar até o dia 22 de abril a quarentena de serviços considerados não essenciais no estado como medida de prevenção à propagação do novo coronavírus. 

    O estado de São Paulo tem 4.620 casos confirmados da doença, com 275 mortes. Segundo o secretário estadual de Saúde, Henrique Germann, sem as medidas de restrição adotadas no mês passado, o estado poderia ter dez vezes mais casos.

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