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    Dados de eficácia podem sair em 3 meses, diz farmacêutico sobre antiviral

    Rússia anunciou nesta quinta um acordo para exportar para o Brasil o Avifavir, antiviral usado no combate do novo coronavírus

    Da CNN, em São Paulo

    A Rússia anunciou nesta quinta-feira (24) um acordo para exportar para o Brasil e outros 16 países o Avifavir, antiviral usado no combate do novo coronavírus.

    Marcus Luiz, farmacêutico pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), pondera que é importante avaliar o medicamento com cautela no país.

    “Os testes com esse antiviral ocorreram em duas classes de pacientes: os mais graves e com jovens sadios, e foi verificado que a sua eficácia gira em torno de 30% e que, teoricamente, pode oferecer benefício para o paciente”, disse.

    No entanto, explicou, como os estudos foram feitos principalmente em pessoas de outros países, é preciso que seja estudada a eficácia e a segurança do remédio na população brasileira. “Para ver se os pacientes brasileiros vão responder bem e vão ter o mesmo perfil de segurança e eficácia que foi encontrado em outros países”, acrescentou.

    O Avifavir, conhecido genericamente como Favipiravir, foi desenvolvido pela primeira vez no final dos anos 1990 por uma empresa japonesa comprada mais tarde pela Fujifilm ao entrar na área da saúde.

    Na Rússia, os testes com o Avifavir mostram recuperação 30% mais rápida de pacientes que fizeram uso do medicamento, além de restauração duas vezes mais rápida do nível de saturação de oxigênio no corpo, segundo o comunicado do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF).

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    Marcus Luiz
    Marcus Luiz, farmacêutico pela Universidade Estadual Paulista (UNESP)
    Foto: CNN (24.set.2020)

    De acordo com Luiz, esse resultado é gerado porque o Avifavir impede que o material genético do novo coronavírus se multiplique no nosso organismo.

    “Para ocorrer a multiplicação do RNA viral é necessária uma enzima, chamada RNA-polimerase. Então, o que o remédio faz é inibir a ação dessa enzima e, com isso, o vírus não se multiplica dentro da célula humana”, esclareceu.

    O farmacêutico disse ainda que, para ter comprovação de eficácia e segurança do medicamento entre os brasileiros, os pacientes precisariam se expor à droga pelo menos duas semanas – tempo que durou os estudos feitos fora do Brasil.

    “Acredito que expondo o número suficiente de pacientes nós podemos receber os dados de eficácia e segurança em até três a seis meses”, afirmou.  

    Segundo o RDIF, fazem parte da lista de países que poderão receber o medicamento África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Brasil, Bulgária, Chile, Colômbia, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Eslováquia, Equador, Honduras, Kuwait, Panamá, Paraguai, Sérvia e Uruguai.

    Além destes, o Avifavir já foi disponibilizado à Bielorússia, Bolívia, Cazaquistão, Quirguistão, Turcomenistão e Uzbequistão. O Fundo informou que a Bolívia foi o primeiro país da América Latina a receber o medicamento, com a entrega de 150 mil pacotes em 21 de setembro.

    (Edição: Sinara Peixoto)

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