COVID-19: efeitos colaterais do remdesivir não são graves, diz infectologista
Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia se mostrou confiante em eficácia de medicação no combate ao novo coronavírus
A autorização do uso do antiviral remdesivir no tratamento de pacientes com a COVID-19, concedida pelo governo americano na sexta-feira (1º), é uma esperança para o combate ao novo coronavírus, segundo Clovis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
“Essa é uma ótima notícia do ponto de vista médico. Os efeitos colaterais [do remdesivir] não são graves, nem trazem nenhum grande problema para o paciente de modo geral”, disse o infectologista em entrevista à CNN neste sábado (2).
O infectologista também esclareceu que o uso de remdesivir será para pessoas com casos agudos de COVID-19 e não é um medicamento preventivo. “Essa medicação foi estudada em pacientes que têm a COVID-19 grave, com pnemumonia grave, e a COVID-19 crítica. Não foi estudado para prevenção ou pacientes leves.”
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Hidroxicloroquina
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia disse que a principal diferença entre o remdesivir e a hidroxicloroquina, medicamento que acreditava-se auxiliar no tratamento da COVID-19, são os estudos decorrentes de cada para o combate à doença.
“Para uma medicação ser aprovada na medicina ela tem que passar por várias fases. (…) Antes de terem estudos sobre a hidroxicloroquina, as pessoas já estavam usando de forma inadequada. Nós tinhamos várias pessoas tomando para evitar a infecção ou com casos leves, tudo sem estudar a droga. Sem estudo, posso usar em 100 mil pacientes, mas não vou saber se essa medicação é eficaz ou não.”
Clovis Arns da Cunha disse que a chegada do remdesivir ao Brasil depende da autorização da Anvisa para uso no país e a distribuição mundial pela farmacêutica Gilead.
“Normalmente quando uma medicação tem essa eficácia, é algo em torno de semanas ou meses [para a comercialização no Brasil], mas depende da aprovação da Anvisa”.