Covid-19: É preciso contemplar 2ª dose e iniciar reforço junto, diz médica
Aplicação da terceira dose da vacina contra o novo coronavírus vem sendo discutida em algumas cidades brasileiras e já está sendo aplicada em alguns países
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (24), a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Margareth Dalcomo, afirmou que o correto a se fazer neste momento é utilizar as vacinas que o país têm para completar o ciclo vacinal contra a Covid-19 em todos os adultos e, ao mesmo tempo, reforçar a imunização dos idosos que foram vacinados no início do ano.
A aplicação da terceira dose da vacina contra o novo coronavírus vem sendo discutida em algumas cidades brasileiras e já está sendo aplicada em alguns países.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o reforço foi aprovado para maiores de 60 anos e deve começar em setembro. Serão usados os imunizantes da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca.
Em Israel, a aplicação da dose extra já está avançada, e maiores de 40 anos, grávidas, professores e profissionais da saúde estão recebendo. Um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde do país mostrou que a terceira dose aumentou a proteção contra a Covid-19 em até seis vezes.
“Não há dicotomia ou divergência, do ponto de vista da comunidade acadêmica, em relação a essa decisão. Essa decisão tem que contemplar as duas coisas. Primeiro, completar a segunda dose. É muito importante que as pessoas tenham total consciência de que não adianta tomar uma dose só das vacinas que são concebidas em plataforma de duas doses, pois só há uma vacina até o momento que é feita de uma dose só, que é da Janssen”, disse Dalcomo.
“E isso não é uma coisa em detrimento da outra. Ficou claro já que após seis meses de vacinação a imunidade pode cair. Então, neste momento epidêmico, é muito importante que os grupos de população mais vulneráveis, como os mais idosos acima de 60 anos, recebam doses. Não há uma questão competitiva e ambos os grupos terão de ser contemplados: contemplar a segunda dose e iniciar a dose de reforço, e para isso precisamos ter muitas vacinas.”
Fotos – vacinação no Brasil e no mundo
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Posto de vacinação no Museu da República, no Catete, no Rio de Janeiro. Veja a vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo • Pedro Duran/CNN
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Enfermeira mostra vacina contra a Covid-19 para mulher no Rio de Janeiro • Mario Tama/Getty Images
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Enfermeira do SUS aplica vacina contra Covid-19 em homem em sua casa na Rocinha, no Rio, em uma das rondas frequentes que profissionais de saúde fazem na comunidade para imunizar pessoas que não querem ir ao posto • Mario Tama/Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em São Paulo • Reuters/Carla Carniel
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Enfermeira na campanha de vacinação contra a Covid-19 na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro • Fernando Souza/picture alliance via Getty Images
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Boris Johnson visita centro de vacinação contra a Covid-19 em Londres • Alberto Pezzali - WPA Pool/Getty Images
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Japonesa faz triagem para ser vacinada contra Covid-19 • Stanislav Kogiku - 2.ago.2021/Pool Photo via AP
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China vacina estudantes universitários contra a Covid-19 • Costfoto/Barcroft Media via Getty Images
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Alguns países já fazem a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 • Getty Images (FG Trade)
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Enfermeira aplica vacina em Dhaka, Bangladesh, que pretende imunizar 10 milhões em uma semana • Maruf Rahman / Eyepix Group/Barcroft Media via Getty Images
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Cidade de Aue-Bad Schlema, na Alemanha, distribui cachorros-quentes gratuitamente para quem apresentar o cartão de vacinação • Hendrik Schmidt/picture alliance via Getty Images
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Vacinação contra Covid-19 em Nova Délhi, na Índia • Adnan Abidi/Reuters
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Homem de 45 anos é vacinado em posto drive-in na cidade de Bhubaneswar, na Índia • STR/NurPhoto via Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em prisão em Harare, Zimbabwe • Tafadzwa Ufumeli/Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em Dakar, no Senegal • Fatma Esma Arslan/Anadolu Agency via Getty Images
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Vacinação contra a Covid-19 em Bangcoc, Tailândia • Reuters/Athit Perawongmetha
Dalcomo também disse acreditar que em algum momento todos nós devemos tomar doses de reforços contra a Covid-19. Mas afirmou que não é a hora.
“Nesse momento, temos que proteger os grupos mais vulneráveis da população, que são os mais idosos, porque são essas pessoas que desenvolvem casos mais graves da doença e a mortalidade se concentra nesse grupo.”