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    Covid-19: É possível ser infectado mais de uma vez pelo novo coronavírus?

    Embora um teste sorológico seja capaz de indicar a produção de anticorpos, o risco de reinfecção não está completamente descartado

    Karla Chaves e Luana Franzão , da CNN, em São Paulo

    A pandemia do novo coronavírus mudou radicalmente a vida em sociedade como a conhecíamos: distanciamento social, lojas e restaurantes fechados, uso de máscaras faciais passaram a integrar a rotina de pessoas no mundo inteiro. 

    Embora um teste sorológico seja capaz de indicar a produção de anticorpos contra a Covid-19, o SARS-CoV-2, vírus causador da doença, ainda está sendo conhecido pela ciência. Portanto, o risco de de ser infectado mais de uma vez ainda não é algo completamente descartado.

    O Hospital das Clínicas de São Paulo atualmente investiga cerca de 4 casos de possível reinfecção pela Covid-19. Os médicos consideram três possibilidades para explicar os sintomas dos pacientes: a primeira delas seria o paciente estar contaminado com outra virose por um vírus diferente; a segunda é a permanência do vírus no organismo, com o período de inatividade; a terceira hipótese, e tratada com pouca probabilidade pelos especialistas, é a reinfecção da doença.

    A repórter Karla Chaves conversou com o médico Gustavo Cabral, imunologista que participa de um projeto para desenvolver uma vacina contra a Covid-19 da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para entender mais sobre o assunto.

    “Esperamos que não tenha reinfecção. Mas, se tiver, temos que remontar rapidamente as estratégias de produção de vacinas”, afirmou o cientista. Os possíveis casos de reinfecção estão sendo investigados por pesquisadores em laboratórios de todo o mundo. 

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    Pesquisas apontam que pode haver uma queda significativa na carga de anticorpos no organismo após algum tempo da infecção, e isso tem causado dúvidas importantes sobre a imunidade. Entretanto, muitos estudiosos acreditam que casos de aparente reinfecção pelo novo coronavírus podem ser isolados, em que o sistema imunológico desenvolveu uma imunidade muito baixa contra o vírus.

    A reinfecção e as vacinas

    Vacina contra coronavírus não deve ficar pronta antes do fim de 2021
    A reinfecção pode mudar os caminhos do desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19
    Foto: Valentyn Ogirenko – 14.ago.2019/Reuters

    Caso a reinfecção da Covid-19 se confirme, o desenvolvimento de uma vacina contra a doença será afetado. Embora muito provavelmente não seja necessário reiniciar todo o processo, Cabral explica que adaptações teriam que ser feitas — o que poderia atrasar a aprovação dos imunizantes para o público em geral.

    Ele afirma que seria preciso buscar os motivos dessa reinfecção para realizar adaptações precisas e funcionais. “Temos que saber porque houve reinfecção: foi uma mudança no vírus? Ou foi apenas aquele indivíduo que teve uma queda no sistema imunológico?”, explicou.

    Existem vacinas que sofrem adaptações quase anualmente, como a vacina da gripe. Entretanto, essas mudanças são previstas com antecedência e, no caso do novo coronavírus, não há tempo hábil na corrida pela imunização. “Para fazer essas previsões, já se conhece o vírus muito bem. Nesse caso é mais complicado para prever porque só conhecemos o vírus há oito meses”, completou.

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