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    Covid-19: Cepa de Manaus pode comprometer desenvolvimento de anticorpos, diz OMS

    Organização Mundial da Saúde faz alerta sobre mutações, mas diz que estudos ainda precisam ser realizados sobre as atividades das variantes no organismo

    Exame para detectar a presença da nova variante do coronavírus
    Exame para detectar a presença da nova variante do coronavírus Foto: Ernesto Carriço/Enquadrar/Estadão Conteúdo

    Letícia Brito Silva*, da CNN, em São Paulo

    A variante P.1 do novo coronavírus, encontrada pela primeira vez em Manaus, pode reduzir a capacidade dos anticorpos de neutralizar a ação do vírus. Essa é a observação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no boletim epidemiológico semanal divulgado na terça-feira (9).

    De acordo com a organização, “as mutações detectadas na variante P1 podem potencialmente reduzir a capacidade dos anticorpos de neutralizar o vírus; no entanto, estudos adicionais são necessários para avaliar se há mudanças na transmissibilidade, gravidade ou na ação dos anticorpos”.

    O boletim ainda chama a atenção para a proporção de casos detectados da nova variante em Manaus, que foi identificada pela primeira vez em dezembro de 2020. A proporção de diagnósticos positivos para a nova variante saltou de 52% em dezembro do ano passado para 85% em janeiro de 2021. Mesmo assim, ainda de acordo com a OMS, uma “segunda onda” de casos de Covid-19 no Brasil está mostrando sinais de declínio.

    Segundo o último boletim epidemiológico na capital amazonense, Manaus já registrou 129.721 casos de Covid-19 e 6.484 óbitos, com uma taxa de letalidade de 5% – mais que duas vezes a taxa de letalidade nacional, de 2,4%, segundo o Ministério da Saúde. Já a taxa de ocupação de leitos de UTI destinados à Covid-19 na rede pública de Manaus está em 91,09%, enquanto em leitos clínicos, está em 79,88%.
    De acordo com um levantamento feito pela CNN Brasil, a nova variante P.1. já foi encontrada em 13 países.

    Casos e mortes por Covid-19 em queda no mundo

    Ainda segundo o boletim divulgado pela OMS, o número global de casos de Covid-19 apresentou queda pela quarta semana seguida. Segundo o relatório, na última semana foram registradas 3.1 milhões de novas infecções, o que representa uma queda de quase 17% em relação à semana passada (3.7 milhões). O número também significa o menor volume de novos casos desde a semana de 26 de outubro de 2020, há 15 semanas. de acordo com a organização.

    Segundo a OMS, o número global de mortes pela doença também está em queda: 88 mil mortes foram registradas no mundo na última semana, ou seja, cerca de 10% menos do que o registrado na semana anterior (96 mil).

    Compartilhamento de vacinas

    Para o diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom, países devem compartilhar suas vacinas com o resto do mundo, mesmo que não tenham vacinado toda a população. A recomendação do diretor-geral da organização também foi divulgada no boletim epidemiológico semanal.

    Segundo Tedros, “uma vez que os países vacinaram seus próprios profissionais de saúde e idosos, a melhor maneira de proteger o resto de sua própria população é compartilhar vacinas para que outros países possam fazer o mesmo. Isso porque quanto mais demorarmos para vacinar aqueles que estão em maior risco em todos os cantos do mundo, mais oportunidades damos ao vírus de sofrer mutações e comprometer o efeito das vacinas.”

    De acordo com o boletim da OMS, a distribuição global de vacinas deve ser uma prioridade para conter a pandemia. A organização atualmente é responsável pelo Covax, esquema global de compartilhamento de vacinas contra o Covid-19.

    O boletim ainda aponta para a cautela que governos devem ter com a retomada das atividades. Segundo o diretor-geral da OMS, os países não devem “se apressar” para flexibilizar medidas restritivas, pois as vacinas “não controlam a pandemia sozinhas”.

    Segundo o painel de monitoramento da Universidade Johns Hopkins, o mundo registrou 106.9 milhões de casos de Covid-19 e mais de 2,3 milhões de óbitos até a manhã desta quarta-feira (10).

    Sob supervisão de Giovanna Bronze. Com informações de Giulia Alecrim, Carolina Figueiredo, Julyanne Jucá e Mariana Catacci