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    Covid-19: Brasil nunca chegou em um patamar confortável, diz infectologista

    À CNN, Carlos Fortaleza, membro do Centro de Contingência da Covid-19 no estado de São Paulo, falou também sobre a variante Delta do novo coronavírus

    Produzido por Thiago Felix, da CNN em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (20), Carlos Fortaleza, infectologista e membro do Centro de Contingência da Covid-19 no estado de São Paulo, afirmou que o Brasil nunca chegou a um patamar confortável em relação à pandemia. 

    Segundo ele, comparar o país com a Inglaterra, por exemplo, é “ruim” porque apesar de termos uma queda nos casos da doença e um avanço da vacinação, o Brasil continua com um número elevado de novas infecções diariamente. 

    A Inglaterra se tornou o primeiro país do Reino Unido a suspender praticamente todas as restrições impostas para combater a pandemia do novo coronavírus. O uso de máscaras, por exemplo, será necessário apenas no transporte público e dentro das lojas.

    Mesmo com a liberação das medidas restritivas, Fortaleza lembrou que a Inglaterra foi o último país a indicar uso de máscara para sua população, resultando num quadro “desastroso”, que permitiu com que a doença se propagasse intensamente na região.

    “Isso [suspender as restrições] é um experimento que pode também se demonstrar desastroso”, avaliou. “Especialmente porque novas variante chegam e ainda não há garantia de que todas as variantes sejam evitadas pela vacina.”

    Situação em São Paulo

    Questionado sobre a variante Delta do novo coronavírus, originária da Índia, no estado de São Paulo, Fortaleza disse que ainda não é possível falar como a nova cepa se comporta na região. 

    “Mas se for apontar um padrão, ele é geográfico. Percebe que os casos têm sido vistos ao longo da Via Dutra, nos municípios que estão entre a Grande SP e a Região Metropolitana do Rio, o que é algo esperado porque São Paulo e o Rio de Janeiro têm os aeroportos com maior fluxo do país. Mas ao longo do tempo espera-se que a variante se espalhe ao longo dos estados e esperamos que sem causar grandes danos.”