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    Correspondente Médico: Usar máscara pode gerar imunidade contra a Covid-19?

    Estudo aponta que chance de ficar assintomático aumenta em alguns casos

    Cientistas seguem em busca de respostas e soluções para compreender melhor o novo coronavírus e, consequentemente, encontrar alternativas que auxiliem no combate ao vírus e no processo de imunização contra a doença.

    Desta vez, pesquisadores americanos constataram que uso de máscaras de proteção durante a pandemia da Covid-19 pode gerar uma resposta imunológica e reduzir a gravidade da doença em indivíduos. Além disso, ela é capaz de garantir que a maioria das infecções seja assintomática.

    Na edição desta quarta-feira (16) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes analisou o estudo realizado por pesquisadores da Califórnia e explicou a importância da máscara e qual a sua relação com a imunização contra a Covid-19. 

    “Quando todo mundo utiliza a máscara, mesmo a pessoa que esteja doente, vai acabar deixando passar um pouco de vírus. Isso porque a gente sabe que a máscara não é uma barreira 100% eficaz. No entanto, este pouco de vírus é capaz de provocar na outra pessoa o despertar de uma resposta imunológica e o desenvolvimento da habilidade do próprio organismo de combater o novo coronavírus sem provocar de fato a doença”, explicou. 

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    Correspondente Médico: Usar máscara pode gerar imunidade contra Covid-19?
    Foto: Reprodução/CNN

    Ainda de acordo com o médico, quando um indivíduo utiliza a máscara de proteção corretamente ele está protegendo as outras pessoas. “Quando uma pessoa infectada utiliza a máscara, a chance de transmissão reduz. Portanto, quando quem não está contaminado também utiliza a máscara, a probabilidade da transmissão acontecer é muito mais baixa”, disse.

    Se a hipótese da pesquisa for confirmada, o uso de máscaras poderia ser uma forma de “variolação” –separação que geraria imunidade e, portanto, diminuiria a disseminação do novo coronavírus enquanto a população aguarda uma vacina. 

    “Temos que pensar esta questão de forma populacional, não apenas na proteção individual. Se eu protejo o coletivo, acabo protegendo o individual também. A gente também sabe toda questão de logística relacionada à existência, ou não, de vagas no atendimento de casos mais graves”, afirma.

    E acrescentou: “Mais do que frear a quantidade de casos, (…) minha resposta biológica vai depender do que eu tenho de carga genética, meu sistema imune, se eu tenho ou não alguma doença de base e da quantidade de vírus que é oferecida e que pode gerar uma infecção”.

    Se há uma diminuição da oferta de vírus viável em grande quantidade para as pessoas, é possível que a possibilidade de gravidade da doença diminua. No entanto, o especialista alerta para os cuidados com as máscaras utilizadas.

    “Existem três tipos de máscaras: a N95, utilizada pela equipe de saúde, máscara cirúrgica, que é descartada e a de tecido. Esta última precisa de um cuidado diferenciado e é necessário estar atento. É preciso trocá-las a cada uma hora e meia e lavá-las com frequência. Mas se estiverem desgastadas ou velhas é preciso ter bom senso para descartá-las”, conclui ele.

    (Edição: André Rigue)

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