Correspondente Médico: O que é a síndrome do impostor?
Neurocirurgião Fernando Gomes explica como isso afeta a autoestima e pode se relacionar com uma crise de identidade
Na edição desta segunda-feira (17) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes abordou a síndrome do impostor e como isso se relaciona com a autoestima.
“Diferente dos outros animais, o ser humano tem a consciência de que pode interferir no meio ambiente e ter resultados diferentes, então quando alinhamos pensamentos e estabelecemos metas, a gente começa a ter resultado na vida”, inicia ele.
Diante disso, o neurocirurgião aponta que a pessoa “pode se perder, do ponto de vista psicológico, nessa realidade de planejar, executar e colher os resultados”, principalmente quando são apaixonadas pelo trabalho ou pela carreira.
No impacto para a saúde mental, há dois caminhos possíveis: a síndrome de burnout, que é sobre o esgotamento profissional, e a síndrome do impostor, em que a “pessoa consegue a meta estipulada, mas se coloca em xeque mesmo assim”. “Elas não se acham tão merecedoras do ponto de destaque que atingiram”, acrescenta ele.
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“Apesar de ter a qualificação adequada e chegado no posto almejado, a pessoa acaba fazendo um julgamento inferior da real situação quando está vivenciando a sensação de quem escalou e chegou no topo da montanha, e se sente não merecedor”, classifica Gomes.
É desse sentimento que vem a “a ideia do que a pessoa sabe e do que acha que os outros sabem”. Isso envolve a autoestima e a saúde mental, além de poder acabar “funcionando como uma crise de identidade”.
“Apesar de um alinhamento dos lobos frontais na busca de metas, realizando estudos e trabalhos, a própria pessoa chega na conclusão de que não sabe tudo o que poderia saber ou que outros estariam mais qualificados do que ela para estar naquela realidade de comando”, diz.
“Como especialista, a gente sabe que o conhecimento está sempre mudando, então a pessoa tem a sensação de que outras poderiam estar ocupando essa posição de uma forma mais legítima”, completa o médico.
Segundo ele, a síndrome do impostor é comum entre pessoas em postos de liderança, que, muitas vezes, temem passar por isso. Ele frisa que há tratamento.
“Tem forma de ser diagnosticado, tratado e ser trabalhado para que a pessoa possa viver melhor e usufruir de todo o esforço que desempenhou até chegar nesse ponto de destaque”, concluiu.
(Edição: André Rigue)