Correspondente Médico: Máscara com válvula e visor transparente são eficientes?
As máscaras com válvula 'dão um conforto respiratório, mas jogam todo o ar para fora', segundo o neurocirurgião Fernando Gomes
Uma pesquisa americana mostrou que os visores transparentes e as máscaras com válvulas não são eficientes no combate ao coronavírus.
No caso dos visores, as gotículas se movem ao redor do visor e se espalham com relativa facilidade. Já os equipamentos com válvulas restringem o ar, mas permitem a saída, o que significa que se a pessoa estiver infectada, ela transmite a doença.
Na edição desta quarta-feira (2) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes aborda a eficácia de máscaras com válvulas e dos visores transparentes, os chamados face shield.
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“Existem alguns critérios se a gente quer evitar que o novo coronavírus que está em uma pessoa não passe para outra”, afirma, acrescentando que o face shield – a proteção de plástico transparente para o rosto – não é tão eficaz quanto se imaginava.
“Se o paciente espirra no meu rosto, por exemplo, tenho uma proteção facial para que não chegue até mim, mas do ponto de visto de espalhar gotículas, ele não faz o papel [de protetor]. A mesma coisa é a máscara com válvula”, compara.
De acordo com Gomes, esse tipo de equipamento de proteção individual “dá um conforto por filtrar o ar”, mas ao mesmo tempo “a válvula permite que o ar saia livremente na hora de expelir”.
Ou seja, as máscaras com válvula “dão um conforto respiratório, mas jogam todo o ar para fora”. “Então não está funcionando como barreira que é necessária para a prevenção do novo coronavírus”, completa.
Ele ainda esclarece que “a máscara de tecido protege mais o próximo do que a mim”. “Eu uso máscara para proteger você, você usa máscara para me proteger, porque na hora que tossimos ou espirramos ela funciona como um anteparo natural. Estamos falando de algo muito bacana, que é a empatia”, conclui.
No caso de quem usa o face shield, o ideal é utilizar juntamente com a máscara. “Com isso, você tem uma dupla proteção para que o rosto não fique exposto e protegendo as outras pessoas do ambiente”, afirma.
(Edição: André Rigue)