Correspondente Médico: Como o cérebro reage ao comportamento impulsivo?
Fernando Gomes fala sobre a relação entre a impulsividade e a juventude
O diretor regional da Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, afirmou que o aumento de infecções entre jovens pode estar provocando picos recentes de casos da Covid-19 em todo o continente.
Ele disse que, como pai de duas filhas, entende que os jovens “não queiram perder o verão, mas que eles têm uma responsabilidade em relação a si mesmos, a seus pais, avós e comunidades”.
Na edição desta quinta-feira (30) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou quais os riscos da impulsividade e respondeu qual a relação entre ela e a juventude.
“Nós temos, sim, esse comportamento mais impulsivo durante essa fase. Portanto, não temos muito esta relação de causa e efeito”, inicou.
Leia também:
Brasil passa de 90 mil mortes e 2,5 milhões de casos de Covid-19
Casos da Covid-19 aceleram em dois terços do país, afirma Ministério da Saúde
“Existe uma explicação neurobiológica para o comportamento impulsivo. O cérebro termina o seu processo de amadurecimento por volta dos 20 anos de idade, quando há uma ‘maturação’ dos lobos frontais – parte responsável pelo julgamento e dissernimento das ações. No entanto, todo este processo é lento e demora a ser processado pelo indivíduo, gerando atos mais impulsivos”, acrescenta.
Gomes explica que a conscientização é a medida mais eficaz para esta faixa etária. Em sua avaliação, alguns países não estão estimulando ações mais conscientes para este público, o que dificulta a eficácia das medidas restritivas.
“Para resolver este tipo de problema é preciso ter um processo rápido de conscientização. Temos duas formas de pensar: o reforço positivo, quando há uma ‘recompensa’ pelo cumprimento de ‘regras’ e o reforço negativo, que é aplicado a partir de multas e bloqueios por exemplo. No entanto, é importante lembrar que a entrega da informação de qualidade facilita todo este processo. Não é fácil diminuir a impulsividade, mas dessa forma conseguimos controlar esta energia”, finalizou o neurocirugião.