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    Coronavírus: Itália amplia área em quarentena e isola Milão para evitar contágio

    Restrições sem precedentes para conter surto da doença no norte do país atingem 16 milhões de pessoas e devem ficar em vigor até 3 de abril

    Reuters

    A Itália praticamente sitiou a sua rica região norte, neste domingo (8), inclusive a capital financeira Milão, em uma nova e drástica tentativa de tentar conter o surto crescente de coronavírus no país.

    As restrições sem precedentes, que buscam limitar aglomerações e a movimentação de pessoas, causarão impacto em aproximadamente 16 milhões de pessoas e estarão em vigor até 3 de abril. Foram assinadas como lei durante a noite pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte.

    Pelas novas medidas, as pessoas não podem entrar na Lombardia, região mais rica da Itália, ou deixá-la, assim como em 14 províncias de outras quatro regiões, incluindo as cidades de Veneza, Modena, Parma, Piacenza, Reggio Emilia e Rimini.

    Conte afirmou que ninguém pode se locomover entre essas áreas, ou dentro delas, a não ser que provem motivos relacionados ao trabalho ou a problemas de saúde. Licenças foram canceladas para profissionais de saúde.

    “Estamos enfrentando uma emergência nacional. Escolhemos desde o começo tomar o caminho da verdade e da transparência e agora estamos nos mexendo com lucidez e coragem, com firmeza e determinação”, disse Conte a repórteres, no meio da noite. 

    “Temos que limitar a disseminação do vírus e evitar que nossos hospitais fiquem sobrecarregados”, disse.

    A Itália foi atingida com mais força pela crise do que qualquer outro lugar da Europa até agora, com o número de casos de coronavírus pulando mais de 1.200 em um período de 24 horas –o maior crescimento diário desde que a epidemia começou no país duas semanas atrás.

    A última contagem total de casos estava 5.883, com 233 mortes.

    Antonio Pesenti, chefe da unidade de resposta à crise na Lombardia, afirmou ao jornal Corriere della Sera que o sistema de saúde na Lombardia estava “a um passo de entrar em colapso” porque as instalações de tratamento intensivo estão cada vez mais pressionadas pelos novos casos.

    “Estamos sendo forçados a estabelecer tratamento intensivo em corredores, em salas de cirurgia e recuperação. Esvaziamos seções inteiras do hospital para dar lugar a pessoas gravemente doentes”, afirmou.

    Queda na bolsa

    A bolsa de valores de Milão, que caiu 17% em seu índice de ações desde o começo da crise, em fevereiro, estava programada para abrir normalmente na segunda-feira, mas um operador afirmou que esperava “uma violenta liquidação” enquanto o mercado digere o bloqueio ao coração econômico da Itália.

    A Organização Mundial de Saúde afirmou que apoia totalmente as ações da Itália, em linha com suas orientações de que governos devem tentar o máximo possível conter a disseminação do vírus.

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