Coronavac: Por que a eficácia da vacina é diferente para casos leves e graves
Entenda a razão de a eficácia da vacina varia entre 78% para casos mais leves e 100% para casos moderados e graves
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (7) o Instituto Butantan e o Governo do Estado de São Paulo divulgaram os dados sobre a eficácia da Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Butantan: 78% de eficácia em casos leves da doença e 100% contra casos graves. A informação foi obtida antecipadamente pelo comentarista da CNN Igor Gadelha.
A eficácia é considerada alta entre especialistas. A taxa mínima exigida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 50%, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde.
A diferença entre a eficácia da vacina para os casos mais graves e os mais leves, entretanto, pode causar confusão.
De acordo com o Instituto Butantan, chegou-se aos números da seguinte forma: de todos os participantes dos testes da Coronavac, apenas 22% desenvolveram sintomas da Covid-19, por isso os 78% de eficácia para casos leves. Desses 22% sintomáticos, nenhum dos casos evoluiu para um quadro mais grave, concluindo-se então que a vacina protege totalmente contra o nível mais grave da doença.
A vacina protege 78% das pessoas – que a tomarem – de desenvolver qualquer sintoma da Covid-19 e impede que todos os imunizados desenvolvam formas agravadas da infecção.
“A vacina mostrou 100% de eficácia contra casos graves e moderados. Não houve nenhum caso grave de Covid-19 entre os voluntários imunizados com a vacina do Butantan”, explicou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em nota do Governo do Estado de São Paulo.
No mesmo documento, ele reforçou que os testes foram realizados a partir da imunização, principalmente, de profissionais da saúde que trabalham na linha de frente do combate ao novo coronavírus e que, por esse motivo, estavam expostos constantemente à infecção pelo patógeno.
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O imunologista Gustavo Cabral, que realizou pesquisas na Universidade de Oxford e atualmente trabalha em estudos para o desenvolvimento de uma possível vacina brasileira contra a Covid-19 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), afirmou que resultados acima do exigido pelas agências reguladoras são positivos, ao comentar sobre a eficácia de diferentes vacinas em relação com as desenvolvidas para combater a Covid-19.
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“Não é esperado que uma vacina termine a existência de uma doença, por isso não se espera que possua eficácia de 100% em todos os casos. O fato de existir uma vacina da gripe, não significa que não existirá mais gripe, e sim que a maior parte da população estará protegida – se houver uma vacinação ampla”, disse Cabral.
Ele lembra que a vacina contra a gripe, por exemplo, tem entre 40 e 60% de eficácia.
Dimas Covas afirmou durante entrevista coletiva nesta quinta-feira que o Instituto Butantan enviará a solicitação de uso emergencial da Coronavac para a Anvisa até esta sexta-feira (8).
A previsão de início da vacinação em São Paulo, conforme anunciado pelo governo, é para o dia 25 de janeiro.
(*Supervisão de Sinara Peixoto)