Conheça a ‘síndrome de Hulk’, que causa explosão emocional e raiva descontrolada
No quadro Correspondente Médico, neurocirurgião Fernando Gomes explicou o transtorno que faz as pessoas 'perderem a cabeça' em ataques explosivos
Na edição desta quarta-feira (6) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou o que pode causar ataques de raiva. O assunto foi motivado por uma imagem que chocou o mundo do esporte.
Em um jogo da segunda divisão do Campeonato Gaúcho, o jogador William, do Esporte Clube São Paulo, ficou irritado com o árbitro Rodrigo Crivellaro e deu um chute na cabeça dele. O juiz ficou desacordado e precisou ser levado ao hospital. Ele já recebeu alta, está bem e só deixou o hospital com um colete cervical para prevenção.
O médico diz que a raiva é manifestada, no cérebro, a partir da relação de uma região específica do sistema límbico, as amígdalas cerebrais, com o córtex pré-frontal.
“Quando você recebe um insulto ou sente que sua individualidade de alguma forma é prejudicada, é acionado um circuito relacionado com a preservação da própria espécie”, afirma Gomes.
A ativação desse circuito de sobrevivência faz a pessoa, de acordo com o neurocirurgião, virar um verdadeiro super-herói. “O problema é que o super-herói que ele vira é o Hulk, que não tem controle nenhum. A conversa entre o lóbulo frontal, que traz o indivíduo para como ele está e como deve proceder, acaba enfraquecendo — e a manifestação instintiva acaba sobressaindo.”
Fernando Gomes ainda conta que há um transtorno descrito na Medicina que caracteriza a perda de controle da raiva. “É o transtorno explosivo intermitente, que até tem esse nome de a ‘síndrome de Hulk’. Nele, o indivíduo não consegue gerenciar esse momento de raiva explosivo, que pode durar até 30 minutos e pode ser recorrente. Isso traz muito sofrimento, porque, depois que acontece o ato, a pessoa se sente muito culpada e envergonhada.”
O neurocirurgião lembra que sentir raiva é normal e natural, o problema é não conseguir controlar a frustração. “Sabemos que alguns neurotransmissores podem estar envolvidos nesse processo, por isso, muitas vezes isso requer avaliação especializada. Existe tratamento e reabilitação, tanto com psicoterapia quanto com medicamentos que venham reequilibrar esse circuito.”
(*Com informações de Raphael Florêncio, da CNN, em São Paulo)
(Publicado por Daniel Fernandes)