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    Comer muita proteína por dia pode prejudicar saúde do coração, mostra estudo

    De acordo com pesquisadores, refeições com alto nível proteico podem contribuir para o acúmulo de placas de gordura nas artérias

    Gabriela Maraccinida CNN

    Inserir proteínas em todas as refeições é uma estratégia importante para aumentar a saciedade, auxiliando no processo de emagrecimento, e para favorecer o ganho de massa muscular. No entanto, consumir esse nutriente em excesso ao longo do dia pode trazer riscos à saúde cardiovascular.

    Descoberta é de estudo publicado na segunda-feira (19) na revista científica Nature Metabolism e desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, ter 22% das calorias ingeridas diariamente sendo compostas por proteínas pode aumentar o risco de aterosclerose ou, até mesmo, piorar a condição em quem já é diagnosticado.

    A aterosclerose é caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura e colesterol na parede das artérias, o que restringe o fluxo sanguíneo e pode levar ao infarto e ao AVC (acidente vascular cerebral).

    Como o estudo foi feito?

    Para chegar às descobertas, os pesquisadores utilizaram estudos clínicos em humanos e experimentos que envolveram ratos. Os estudos com humanos contaram com um total de 23 participantes e foram divididos em duas configurações, ambas envolvendo duas refeições líquidas (uma com proteína padrão e outra com alto teor de proteína) com intervalo de uma a duas semanas.

    A primeira configuração de estudo envolveu 14 participantes. Nela, a refeição padrão continha 10% das calorias totais compostas por proteínas, 17% por gorduras e 73% por carboidratos. A refeição com alto teor proteico continha 50% das calorias provenientes por proteínas, 17% por gordura e 33% por carboidratos.

    Já a segunda parte do estudo envolveu nove participantes e tinha como objetivo imitar um cenário mais próximo da realidade. Com isso, a refeição padrão continha 15% das calorias totais por proteínas, 35% por gordura e 50% por carboidratos. A refeição rica em proteínas tinha 22% das calorias totais compostas por proteínas, 30% por gordura e 48% por carboidratos.

    Durante a pesquisa, os cientistas observaram que a leucina, um aminoácido essencial (ou seja, que deve ser consumido através dos alimentos), pode contribuir para o desenvolvimento e agravamento da aterosclerose quando consumida em excesso.

    Essa abundância é atingida em refeições com alto teor de proteína, com mais de 25 gramas do nutriente por refeição ou 22% das calorias totais sendo compostas por proteínas. Segundo os autores, altos níveis de leucina ativaram uma via nas células do sistema imunológico associada à aterosclerose.

    Já em relação ao estudo feito com ratos, os pesquisadores criaram dietas para os roedores com conteúdo proteico que imitava uma ingestão média (15%) e alta (22%) de proteína por um adulto norte-americano. De acordo com o estudo, os camundongos que consumiam um alto teor de proteína por refeição também tinham maior probabilidade de desenvolver aterosclerose e doenças cardiovasculares.

    Os autores do estudo concluíram que a alta ingestão de proteínas pode contribuir para doenças cardíacas e sugerem que dietas com alto teor proteico sejam feitas com acompanhamento profissional e dentro das diretrizes dietéticas.

    De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a ingestão diária de proteínas deve ser de 0,8 gramas a 1 grama por quilo de peso corporal, por pessoas que não praticam atividades físicas. Já quem é mais ativo fisicamente, a quantidade pode variar de 1 a 2 gramas por quilo diariamente, dependendo da atividade praticada.

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