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    Colonoscopia: Entenda procedimento que revelou câncer de Simony

    Especialistas explicam cuidados para rastrear e diagnosticar doença precocemente

    Renata Souzada CNN , em São Paulo

    A investigação de um gânglio na região da virilha levou a cantora Simony ao diagnóstico de câncer de intestino, conforme relatou em seu Instagram na última quarta-feira (3). A doença foi confirmada após a realização de um exame conhecido como “colonoscopia”.

    No caso de Simony, o procedimento foi realizado como método de diagnóstico, mas também pode ser utilizado como mecanismo de rastreamento e prevenção em pessoas que, diferentemente da cantora, não apresentam sinais ou sintomas sugestivos.

    Quando não há suspeitas, a recomendação é de que a colonoscopia seja realizada periodicamente em pessoas com 50 anos ou mais, com história pessoal ou familiar de câncer de intestino, de doenças inflamatórias do intestino ou síndromes genéticas.

    “Como está cada vez mais comum esse câncer em pacientes mais jovens, já se fala em idades mais precoces, como 45 anos. A tendência é diminuir a idade com que esse exame é feito de rotina”, alerta o médico oncologista Rafael Zapata.

    Além da colonoscopia, também é possível detectar precocemente tumores de cólon e reto, ambos associados ao câncer de intestino, por meio de pesquisa de sangue oculto nas fezes e retossigmoidoscopia — endoscopia específica para a parte final do intestino grosso.

    Segundo o chefe da Oncologia do Hospital Moriah e fundador da clínica First, Raphael Brandão, a pesquisa de sangue oculto nas fezes é um exame pouco utilizado no Brasil, mas muito adequado.

    O médico explica que o método é extremamente sensível em detectar anormalidades e, por isso, pode acabar gerando falsos positivos. “Se vem negativo sangue oculto nas fezes é bastante provável que não tenha absolutamente nada. Agora, se vem positivo, não necessariamente é um câncer, mas é algo que nos leva a fazer a colonoscopia”, esclarece.

    Mas o que é colonoscopia?

    A colonoscopia é um exame de imagem utilizado para análises do intestino grosso (cólon), do reto e do canal anal. O procedimento é realizado sob sedação, após preparação com uso de medicamentos laxantes, e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

    “É um aparelho longo, introduzido através do ânus, que tem uma câmera na ponta. O médico, através dessa câmera, vê as imagens na tela em tempo real”, explica Zapata.

    O especialista reforça que o exame pode ser utilizado tanto para a prevenção quanto para o diagnóstico. “Tem algumas lesões bem iniciais, que poderiam virar câncer, e podem ser retiradas no próprio exame.”

    Quando o médico detecta uma lesão altamente suspeita de câncer é realizada a biópsia — retirada de um pequeno fragmento para análise laboratorial.

    Apesar de a colonoscopia ser utilizada no diagnóstico de câncer, o exame também é realizado para outras finalidades, como para checar inflamação do intestino, detectar divertículos ou identificar outras condições benignas.

    “O pessoal tem muito medo da colonoscopia, mas é muito menos do que as pessoas imaginam”, tranquiliza Brandão.

    Diagnóstico precoce

    Como reforçaram os especialistas, uma das vantagens da realização rotineira da colonoscopia é o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo se confirma o câncer, maiores são as chances da doença estar em estágios iniciais, o que contribui para o sucesso no tratamento.

    Além da realização dos exames de rotina, estar atento aos sinais é fundamental para o diagnóstico precoce. Segundo os médicos, os sintomas mais comuns do câncer de intestino são:

    • Sangramento nas fezes
    • Dor ao evacuar
    • Constipação ou diarreia
    • Massa abdominal
    • Dor abdominal
    • Perda de peso e anemia
    • Mudança do hábito intestinal

    Caso o câncer seja confirmado, o paciente passará por tratamento que pode incluir quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Rinaldo Gonçalves, chefe da cirurgia oncológica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), destaca que o tratamento combinado é capaz de curar entre 70 e 85% dos casos.

     

    *Com informações de Tiago Tortella e Lucas Rocha, da CNN, em São Paulo

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