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    Cogumelo Juba de Leão: O que se sabe sobre benefícios de fungo usado por Gisele Bündchen

    Modelo brasileira compartilhou uma publicidade de um composto a base do cogumelo, indicando resultados para concentração e energia

    Renata Souzada CNN , em São Paulo

    A modelo brasileira Gisele Bündchen publicou em seu Instagram uma publicidade sobre um composto a base de um cogumelo conhecido como “Juba de Leão”. Na legenda da publicação, Gisele afirma que consome o fungo regularmente e o associa a supostos benefícios ligados a concentração e aumento de energia.

    O fungo comestível, cujo nome científico é Hericium erinaceus, é conhecido por seus longos espinhos e cor esbranquiçada.

    Tradicionalmente, o cogumelo tem sido utilizado na medicina oriental e associado, principalmente, a benefícios ligados à mente e à cognição.

    Diversos estudos que buscam analisar os benefícios do fungo para funções cognitivas ou mesmo para o tratamento de doenças, como depressão e ansiedade, vêm sendo feitos há anos.

    Mas, até o momento, os pesquisadores consideram que as evidências científicas do cogumelo Juba de Leão para a saúde humana ainda são insuficientes.

    Um artigo publicado neste ano no Journal of Fungi explica que a recuperação ou melhoria de uma “ampla gama de condições patológicas do cérebro, como doença de Alzheimer, depressão, doença de Parkinson e lesão da medula espinhal” vem sendo observadas, mas a maior parte dos resultados provém de estudos pré-clínicos — que são feitos em laboratório.

    Já os estudos clínicos, que contam com voluntários humanos, ainda representam a minoria das pesquisas.

    Outro artigo recente, publicado neste ano no The Journal of Neurochemistry, indica que o cogumelo pode ajudar no crescimento de nervos e no aumento de memória. O estudo foi conduzido em laboratório.

    Embora os resultados iniciais sejam promissores, os autores ressaltam que “mais trabalhos serão necessários para encontrar o alvo direto da Hericerina capaz de mediar uma atividade pan-neurotrófica tão potente e estabelecer se esta nova via pode ser aproveitada para melhorar o desempenho da memória e para retardar o declínio cognitivo associado ao envelhecimento e às doenças neurodegenerativas”.

    No caso do produto anunciado por Gisele, a empresa responsável por sua comercialização é estrangeira. Mas, no Brasil, compostos similares são vendidos por diversas marcas.

    CNN procurou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que informou que o “cogumelo juba de leão não possui autorização como novo alimento e nem novo ingrediente na categoria de suplemento alimentar”.

    Além disso, a agência reguladora explicou que exclui da categoria de alimentos “produtos com finalidade medicamentosa ou terapêutica, ou seja, aqueles destinados à prevenção, ao tratamento ou à cura de doenças ou de agravos à saúde, de acordo com a legislação em vigor (Decreto Lei nº 986/1969)”.

    Para avaliar a segurança de qualquer novo alimento ou ingrediente, a Anvisa verifica o processo de fabricação, a possibilidade de concentração de substâncias que podem ter efeitos danosos à saúde e se a indicação de consumo não extrapola níveis considerados seguros.

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