CNN Sinais Vitais mostra os desafios da vivência com a asma
Doença crônica afeta cerca de 262 mil pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)
No Brasil, a asma é a quarta maior causa de internações do Sistema Único de Saúde (SUS), com 350 mil casos por ano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os 45 países mais poluídos do mundo, fator que pode piorar os casos de asma.
O CNN Sinais Vitais desta semana vai mostrar a realidade de pacientes jovens e adultos que vivem com asma. Cerca de 262 mil pessoas em todo o mundo sofrem com a doença inflamatória que atinge as vias aéreas, segundo estimativas da OMS.
A reprise do programa apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, vai ao ar na quarta-feira (16), às 22h30, logo após o Jornal da CNN, na faixa nobre da CNN Brasil.
Participam do episódio o professor titular de pneumologia da Faculdade de Medicina Rogério Souza, a psicóloga Maria Alice Fontes e o médico patologista Paulo Saldiva.
“A asma é uma doença inflamatória, que faz com que a via aérea tenha uma limitação ao fluxo. E quando ela fecha, há um estreitamento da passagem do ar, o que pode causar falta de ar, chiado no peito e pode levar a crises de falta de ar”, explicou Rogério (veja entrevista no vídeo acima).
Segundo o médico, o desenvolvimento da asma pode estar relacionado a histórico da doença na família e exposição a fatores do ambiente, como a poluição.
Ansiedade x asma
No episódio, a psicóloga Maria Alice Fontes explica como fatores do dia a dia, como o estresse e a ansiedade, podem ser gatilhos para as crises asmáticas. “A asma é muito suscetível a situações de estresse. Pessoas que já tenham algum problema anterior, pulmonar, acabam piorando a situação diante de um estresse”, conta Maria.
A psicóloga alerta que pessoas com tendência à ansiedade podem ter crises que disparam a estimulação do hormônio adrenalina no organismo. No caso de pessoas asmáticas, a reação pode ser mais grave.
O programa traz a informação de que cerca de 3,7% dos pacientes que vivem com asma enfrentam a forma grave da doença. Os dados são do Grupo Brasileiro de Asma Grave.
O médico patologista Paulo Saldiva explica que as pessoas com asma são mais sensíveis às variações do ambiente. “Quando cai a temperatura, quando cai a umidade e quando respira poluente. Ela provoca uma inflamação subclínica em todos nós. E o asmático reage mais”.
Durante a entrevista, o médico revelou seu sofrimento com a doença. “Tive a minha primeira crise aos cinco anos de idade. Não tinha bombinha. A crise persistia por horas, dias. Eu ficava acamado e muito ansioso, porque a crise de asma te impõe um sentimento de fragilidade e insegurança. E eu usei da asma como eu desafio. E, felizmente, hoje eu consigo viver razoavelmente bem com a asma e com o esporte que me ajudou muito”.
Orientação aos pacientes
A equipe da CNN viajou até Salvador para mostrar o trabalho desenvolvido pela Fundação ProAr. A instituição é o programa de controle de asma na Bahia idealizado em 2003 pelos médicos Álvaro Cruz e Adelmir Souza Machado, junto de uma equipe multiprofissional de alunos de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O programa tem o objetivo de expandir o acesso ao diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias crônicas, como a asma. Nos seus primeiros anos, os especialistas conseguiram reduzir em 74% as internações no estado. O ProAr oferece tratamento e, principalmente, educação para os pacientes no tratamento e controle da doença em casa.
Em São Paulo, o CNN Sinais Vitais acompanha o trabalho do Centro de Reabilitação de Doenças Pulmonares, localizado no Hospital das Clínicas. No espaço, pacientes asmáticos passam por uma série de exercícios orientados por fisioterapeutas para diminuir a falta de ar.