CNN Sinais Vitais aborda desafios da dependência química e perigos da overdose
Especialistas apresentam visões distintas na abordagem dos pacientes e nas linhas de tratamento contra o uso de drogas
Nesta semana, o programa CNN Sinais Vitais, apresentado pelo cardiologista Roberto Kalil, discute as perspectivas e os desafios do combate à dependência química como problema de saúde pública. A condição crônica, em muitos casos, pode levar à morte por overdose.
A reprise do programa vai ao ar neste sábado (25), às 19h15. No episódio, os psiquiatras Arthur Guerra e Dartiu Xavier mostram visões distintas na abordagem dos pacientes e nas linhas de tratamento.
Um dos maiores riscos do uso de drogas é a overdose, que pode levar ao colapso do organismo e à morte. “Em alguns casos a overdose é deliberada. Eu diria que por volta de 20% dos casos. Mas a grande maioria, 80%, é acidental, a pessoa mediu errado, não calculou bem a quantidade que iria usar”, explica Xavier.
Para Guerra, o risco também está presente no abuso de medicamentos de uso controlado. “Metade dos pacientes que nós recebemos no pronto-atendimento do Hospital Sírio-Libanês ingeriu alguma droga prescritiva”, afirma. Segundo o especialista, houve um aumento no consumo de drogas durante a pandemia, por jovens e adultos, relacionado à pressão psicológica no período (veja entrevista no vídeo acima),
O programa mostra ainda histórias de pessoas que superaram a dependência química, como a do enfermeiro Rodrigo Ramalho, que era viciado em cocaína e medicamentos e sofreu duas overdoses, uma delas depois de ingerir 540 comprimidos. “Queria anestesiar a dor com cocaína. A dor estava lá e eu queria esquecer. Eu utilizava qualquer coisa para esquecer. Minha vida era essa”, desabafa Ramalho.
Ao longo do programa, ainda é possível conhecer caminhos que ajudam dependentes e familiares a lidar melhor com o problema. “Quando a pessoa chega no limite da overdose, a dependência já aconteceu”, afirma Roberto Kalil. Porém, o dependente não pode se ver como um fracassado. “Ele só pode acreditar que vai fracassar se não aceitar o tratamento”, conclui.
Avanço das pesquisas na área
A equipe viajou para Goiânia para conhecer uma pesquisa promissora que criou um antídoto capaz de reverter a overdose de cocaína e evitar a morte do paciente.
A substância não existe no mercado e foi desenvolvida pela equipe do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica e Nanotecnologia da Universidade Federal de Goiás (UFG).
“A nanopartícula que nós desenvolvemos age capturando a droga que está solúvel no sangue, fazendo com que ela entre para o interior da nanopartícula, onde sofre uma pequena modificação química e não consegue mais sair. Com isso, conseguimos aprisionar uma quantidade excessiva de droga que estaria circulando no sangue com capacidade de exercer seus efeitos tóxicos tanto no sistema circulatório e no coração quanto no cérebro”, conta a professora Eliane Martins Lima, coordenadora da pesquisa.