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    Clínicas negam lobby por Covaxin e afirmam não terem desistido da vacina

    As controvérsias sobre a aquisição da Covaxin pelo governo federal são o principal tema dos depoimentos da CPI da Pandemia nesta sexta-feira (25)

    Leandro Resendeda CNN

    O presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo Barbosa, negou que a entidade tenha pressionado o governo federal a adquirir a vacina Covaxin contra a covid-19. Ele admitiu ter integrado comitiva que foi à Índia conhecer o imunizante em janeiro deste ano, como relatou a embaixada do país em telegrama obtido pela CPI da Pandemia, revelado pela CNN neste mês, e afirmou que o mercado privado “não desistiu” de tentar adquirir o imunizante produzido pela empresa Bharat Biotech. Cada dose custaria até 40 dólares, mais do que os 15 dólares pagos pelo governo federal. A ABCVAC afirma que os termos dos acordos são sigilosos.

    Barbosa relatou que algumas clínicas de vacinação privadas no Brasil assinaram contrato com a Precisa Medicamentos – intermediária do laboratório indiano no Brasil – para trazer doses do imunizante até maio deste ano. Como a vacina não chegou e não há previsão, as clínicas estão procurando a empresa individualmente para desfazer os acordos. Segundo o presidente da ABCVAC, as conversas pela Covaxin começaram em setembro do ano passado. Em novembro foi assinado um protocolo geral de intenção de compra de 5 milhões de doses, mas cabia a cada associado a decisão sobre contratar ou não as doses. “Este protocolo expirou porque as vacinas não chegaram. Para negociar de novo, é necessário, agora que a vacina tenha seu registro definitivo concedido pela Anvisa”, afirmou.

    A CPI da Pandemia possui uma comunicação da Embaixada do Brasil em Nova Déli, na Índia, na qual o presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, relata a viagem da ABCVAC a Índia em janeiro e informa sobre uma suposta abertura de crédito no Ministério da Economia para que as clínicas privadas comprassem a Covaxin. O ministério nega.

    De acordo com Barbosa, a Covaxin foi a única vacina contra a covid-19 de todas as que foram prospectadas pela associação a disponibilizar doses para o mercado privado. “Em nenhum momento fizemos lobby. Não solicitamos nada ao Ministério da Economia e nem tivemos reunião com Embaixada da Índia. Só se alguém falou em nosso nome”, declarou o presidente da ABCVAC.

    A retomada das negociações pelo imunizante depende, agora, segundo a associação, dos resultados dos estudos clínicos de fase 3 da vacina no Brasil e da aprovação definitiva desta pela Anvisa. “Se houve erro da empresa, ou do governo, que sejam responsabilizados. Mas a vacina não pode ser contaminada por essa disputa política, porque ela salva vidas. Se aprovada, não pode virar piada e ir pelo ralo nessa confusão”, defendeu Barbosa.

    As controvérsias sobre a aquisição da Covaxin pelo governo federal são o principal tema dos depoimentos desta sexta-feira (25) na CPI da Pandemia. O deputado federal Luís Miranda prometeu apresentar documentos e e-mails sobre um suposto esquema de corrupção dentro do Ministério da Saúde no processo de aquisição do imunizante. O governo anunciou acordo por 20 milhões de doses da Covaxin em fevereiro por R$ 1,6 bilhão.

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