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    Fiocruz alerta para risco de colapso do SUS no Sudeste em duas semanas

    Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz são unânimes na adoção de medidas restritivas mais rígidas para conter o vírus, já que faltam vacinas

    Maria Mazzei e Elis Barreto, da CNN, no Rio de Janeiro

    Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertam para o risco de colapso das redes pública e privada de saúde da região Sudeste nas próximas semanas. A CNN conversou com cinco pesquisadores da instituição e todos são unânimes ao afirmar que: “se as medidas restritivas não forem revistas, daqui a 15, 20, 30 dias, o Sudeste vai colapsar”. 

    De acordo com o grupo, três fatores são determinantes para esse cenário: mutabilidade do vírus, falta de vacinas e medidas restritivas pouco rígidas. 

    “Se as medidas restritivas não forem revistas, o Sudeste vai colapsar, com pessoas morrendo sem assistência hospitalar, sem leitos”, afirmou um pesquisador da instituição.

    Três dos quatro estados da região Sudeste possuem leitos de UTI para Covid-19 com ocupação acima de 85%. O Rio de Janeiro se encontra com 78,8% de ocupação de UTI. Já as capitais Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, estão com ocupação de UTI para Covid-19 em 89,2%, 91% e 88,4% respectivamente.

    “A negação nos trouxe até onde estamos agora. A ciência precisa ser respeitada. Só vamos conter esse vírus com vacinas e medidas restritivas e como não temos vacinas para todos e não teremos por mais alguns meses, os governantes precisam avaliar e impor medidas mais duras e as pessoas precisam respeitar. O uso de máscara não é um favor, é obrigação. Os hospitais estão lotados. Não é uma doença que escolhe classe social e não faz diferença estar em hospital público ou particular porque não haverá  leitos e não vai ter respiradores para todos. As pessoas precisam entender isso.”, alerta outra cientista. 

    Os pesquisadores defendem que enquanto a vacina não chegar em larga escala para uma imunização em massa, a única medida efetiva para conter a transmissão do vírus é a restrição de circulação. 

    “Não temos e não teremos vacinas para todos agora. E no momento em que o país, como um todo, está no pior cenário desde o começo da pandemia, o lockdown salva vidas sim e é necessário. Não no estado todo, mas em municípios que estão numa situação mais grave. E a cada 10 dias a medida deveria ir sendo reavaliada.”, defendeu uma das  pesquisadoras.

    Uma projeção do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), aponta que se a campanha de vacinação seguir no ritmo atual, o Rio de Janeiro levará mais de dois anos para conseguir imunizar toda sua população contra a Covid-19. A plataforma, que atualiza seus dados diariamente, estima que o processo levará ao todo 764 dias – ou dois anos, um mês e quatro dias. No estado do Rio foram vacinados até agora 5,62% da população.

    O Brasil tem atualmente 11.483.370 milhões de casos confirmados da doença, e 279.286 óbitos. A Organização Mundial da Saúde estima que a letalidade da Covid-19 seja de 0,6%. No Brasil, a taxa de letalidade do Coronavírus no país é de 2,4%, quatro vezes maior.

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