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    Chá de hibisco: para que serve, benefícios e como fazer

    Feita com a partir da infusão das flores de Hibiscus sabdariffa L., a bebida oferece propriedades antioxidantes, vitamina C e fibras alimentares

    Gabriela Maraccinida CNN

    O chá de hibisco é conhecido pela sua cor vibrante e sabor e aroma agradáveis. Feito com a partir da infusão das flores de Hibiscus sabdariffa L., também conhecida como vinagreira, a bebida se tornou popular entre pessoas que desejam um estilo de vida mais saudável e pode oferecer benefícios para a saúde.

    Uma das propriedades do hibisco é a sua ação antioxidante, conforme aponta Debora Strose Villaça, nutricionista e professora do curso de nutrição da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid). Isso confere à planta capacidade de diminuir o estresse oxidativo e combater a ação dos radicais livres no organismo.

    Quando em excesso, esses radicais podem causar danos a moléculas biológicas, como proteínas, lipídeos, carboidratos e vitaminas, aumentando o risco de doenças diversas.

     

     

     

    Além disso, o hibisco é rico em compostos bioativos, como antocianinas e flavonoides, ácidos orgânicos, como vitamina C, e fibras alimentares. “A parte mais utilizada na indústria alimentícia associada a benefícios à saúde são os cálices secos do hibisco”, afirma a nutricionista.

    Benefícios do chá de hibisco e para que serve

    Os benefícios do chá de hibisco para a saúde continuam sendo analisados por estudos, mas estão associados às suas propriedades nutricionais.

    “As principais propriedades do hibisco se referem à sua capacidade diurética, sendo interessante especialmente para pacientes com retenção hídrica ou condições associadas, como lipedema. Além disso, o hibisco apresenta potente ação antioxidante”, afirma Audrey Yule Coqueiro, nutricionista e professora do curso de nutrição do Centro Universitário Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, no estado de São Paulo.

    A seguir, veja o que já se sabe sobre os benefícios do chá de hibisco:

    Pode ajudar a reduzir a pressão arterial

    Um estudo publicado no The Journal of Nutrition em 2010 sugere que o consumo diário de chá de hibisco, em uma quantidade incorporada à dieta, pode reduzir a pressão arterial em adultos pré-hipertensos e levemente hipertensos, podendo ser um componente eficaz nas mudanças alimentares recomendadas para pessoas com a condição.

    Outra revisão, publicada em 2013, sugere que os extratos de hibisco podem ser promissores para o tratamento da hipertensão e da hiperlipidemia.

    No entanto, mais estudos de qualidade feitos em humanos e animais são necessários para fornecer recomendações de uso terapêutico do chá de hibisco. Além disso, vale lembrar que o chá não deve substituir o tratamento medicamentoso para hipertensão.

    “Por ser um diurético e atenuar a retenção hídrica, o hibisco poderia ter impacto positivo na pressão arterial de indivíduos saudáveis. Para pacientes que já tenham hipertensão arterial sistêmica, esse efeito é muito ameno e não substituiria o uso de medicamentos”, ressalta Coqueiro.

    “Há estudos afirmando o efeito anti-hipertensivo do hibisco pelo consumo de cálices secos, porém novos estudos são necessários para afirmar que a relação de fato ocorre”, completa Villaça.

    Pode melhorar o perfil lipídico e colesterol

    Segundo Villaça, o chá de hibisco pode melhorar o perfil lipídico, com diminuição de triglicérides e colesterol LDL (considerado ruim) e aumento do colesterol HDL (considerado bom).

    Um estudo publicado no Journal of Traditional and Complementary Medicine em 2009 mostrou que o chá de hibisco pode ter um efeito significativo no perfil lipídico no sangue de pacientes com diabetes. Segundo o trabalho, houve diminuição na média de colesterol total, de LDL e de triglicerídeos nos participantes.

    Por outro lado, uma pesquisa publicada em 2013 no Journal of Ethnopharmacology, que avaliou sistematicamente as evidências atualmente disponíveis sobre o efeito de Hibiscus sabdariffa L. nos lipídios do sangue, não conseguiu encontrar evidências que apoiassem os efeitos do chá na redução dos lipídios séricos.

    Por isso, os pesquisadores sugerem que mais ensaios sejam rigorosamente projetados com tamanhos de amostras maiores para confirmar os efeitos benéficos da bebida.

    Tem efeito diurético

    O chá de hibisco possui efeito diurético, podendo auxiliar na retenção hídrica ou condições associadas. Isso acontece graças à quercetina, uma substância presente na flor do hibisco que aumenta a produção de urina ao longo do dia.

    Além disso, por ter o efeito diurético, a bebida pode ajudar a acelerar a eliminação de toxinas do corpo.

    Chá de hibisco pode ajudar a emagrecer?

    Uma das famas do chá de hibisco é o seu suposto efeito na perda de peso. No entanto, não existem evidências fortes de que esse é um benefício oferecido pela bebida.

    “O termo emagrecimento significa redução de gordura corporal e/ou aumento de massa muscular. Nesse sentido, o hibisco não teria papel direto no emagrecimento, mas poderia ter efeito na atenuação da retenção hídrica”, explica Coqueiro. “Pelo fato de atenuar o ‘inchaço’, o uso de hibisco poderia resultar em perda de peso (não se gordura) e de medidas para pacientes com retenção hídrica”, completa.

    “Estudos mostram alguma evidência entre o uso do hibisco e a perda de peso, porém mais estudos controlados em humanos são necessários para assegurar tal relação”, acrescenta Villaça.

    Como fazer chá de hibisco?

    Para fazer o chá de hibisco, basta aquecer 150 mililitros (mL) de água até atingir o estágio de pré-fervura. Depois, despeja 1 colher de sopa de cálice seco de hibisco, desligue o fogo, tampe e deixe em infusão por cinco minutos. Coe, sirva e beba em seguida.

    Quem não pode tomar chá de hibisco?

    Segundo as nutricionistas consultadas, o chá de hibisco não é indicado para pacientes que já fazem uso de diuréticos ou que estão com quadro de desidratação. Além disso, a bebida é contraindicada para pacientes com função renal prejudicada e/ou com hipotensão.

    “Mesmo pacientes que não tenham essas condições devem ter cautela com o uso, o qual deve ser prescrito por um profissional, considerando quantidade e frequência”, alerta Coqueiro.

    Crianças, gestantes e lactantes também devem evitar o uso, segundo Villaça.

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