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    Cérebro de neurocirurgiões e engenheiros aeroespaciais é tão comum quanto o seu

    Estudo britânico avaliou dados de 401 profissionais, incluindo 329 engenheiros aeroespaciais e 72 neurocirurgiões

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    Na língua inglesa, duas frases são utilizadas para descrever conceitos ou tarefas que são fáceis de compreender ou realizar: “não é ciência espacial” e “não é cirurgia cerebral”. Outras frases como “é um pedaço de bolo” ou “é um passeio no parque” têm significados semelhantes, mas as duas relacionadas à indústria aeroespacial e neurocirurgia são as únicas associadas a profissões.

    Um estudo publicado no periódico científico The BMJ revelou que o funcionamento dos cérebros de engenheiros aeroespaciais e de neurocirurgiões pode não ser tão diferente da população em geral.

    Para desmistificar as tradicionais expressões inglesas, um grupo de cientistas britânicos avaliou os resultados que os profissionais obtiveram a partir da realização do Great British Intelligence Test (Grande Teste de Inteligência Britânico, em tradução livre), uma iniciativa do Imperial College, de Londres, e da BBC Horizon.

    O teste já foi utilizado para medir aspectos distintos da cognição humana, abrangendo planejamento e raciocínio, memória de trabalho, atenção e habilidades de processamento das emoções em mais de 250 mil pessoas no Reino Unido. Diferentemente dos tradicionais testes de QI, a avaliação busca diferenciar os aspectos da capacidade cognitiva de forma mais precisa.

    O estudo contou com 748 participantes, sendo 600 engenheiros aeroespaciais e 148 neurocirurgiões. Após o processamento dos dados, 401 conjuntos de informações completos foram incluídos na análise final, incluindo 329 engenheiros aeroespaciais (82%) e 72 neurocirurgiões (18%).

    O que dizem os resultados

    Quando os escores das categorias do teste foram comparados entre os grupos, os neurocirurgiões apresentaram pontuações significativamente mais altas na resolução de problemas semânticos. Já os engenheiros aeroespaciais mostraram pontuações significativamente mais altas em manipulação mental e atenção.

    De acordo com o estudo, nenhuma diferença foi encontrada entre os grupos nas pontuações do domínio para memória, resolução de problemas espaciais, velocidade de resolução de problemas e velocidade de recuperação da memória.

    Na análise final, as pontuações foram comparadas com as de 18.257 membros da população em geral que concluíram as mesmas tarefas como parte do teste.

    Em todas as seis categorias, apenas duas diferenças foram significativas: a velocidade na resolução de problemas foi mais rápida para os neurocirurgiões do que para a população em geral e a velocidade de recuperação da memória foi mais lenta para os neurocirurgiões do que para a população em geral.

    “Em situações que não requerem uma solução rápida de problemas, pode ser mais correto usar ‘Não é uma cirurgia no cérebro’, mas em situações em que a recuperação rápida de informações é necessária, esta frase deve ser evitada”, diz o artigo. “É possível que neurocirurgiões e engenheiros aeroespaciais sejam desnecessariamente colocados em um pedestal e ‘É um passeio no parque’ ou outra frase não relacionada a uma carreira pode ser mais apropriada”, diz o estudo.

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