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    Fiocruz: Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave voltam a subir no Rio

    Variante Delta, inverno e reabertura econômica são os principais fatores para alta

    Beatriz Puente*, da CNN, no Rio de Janeiro

    O novo Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destacou que o estado do Rio de Janeiro voltou a apresentar crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e, com isso, interrompe a tendência de queda que mantinha desde abril. A publicação, quinzenal, aponta que o estado apresenta alta há duas semanas.

    Segundo a Fiocruz, o cenário é resultado de um somatório de fatores: circulação da variante Delta; reabertura das atividades econômicas e relaxamento da população com as medidas de prevenção.     

    Embora o Rio de Janeiro seja o único que efetivamente já apresenta aumento de casos, o boletim também alerta que outros estados como o Mato Grosso do Sul e São Paulo mostram tendência de aumento. Segundo o pesquisador Marcelo Gomes, um dos responsáveis pelo boletim e membro do Programa de Computação Científica (PROCC/Fiocruz), já foi possível identificar interrupção de queda.    

    “De forma nacional, vemos que se interrompeu a queda. Quando olhamos as curvas, o estado do Rio de Janeiro e a capital fluminense, não vemos mais interrupção de queda, é retomada do crescimento. É um dos estados que está puxando a mudança. Mas há indícios de uma nova fase de crescimento em estados como Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. No Rio o sinal é muito claro, nos outros ainda é incipiente”, apontou Gomes.    

    O pesquisador explicou que esse cenário poderia ser melhor se as medidas de segurança estivessem sendo cumpridas com mais rigor. De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, a variante originária da Índia já responde por 45% dos casos de Covid-19 detectados no município e pode, em breve, desbancar a Gamma (de Manaus), que ainda é prevalente.     

    “Neste momento, a variante Delta ainda não é o principal fator. Contribui, mas não é o principal. Temos sazonalidade (inverno, quando é maior a incidência de vírus respiratórios) também e principalmente o comportamento. Se as medidas coletivas e individuais de restrição ainda estivessem sendo cumpridas, poderíamos ter mais controle da variante e da alta pela sazonalidade. O que muda é a intensidade das consequências”, explicou o pesquisador da Fiocruz.  

    Na terça-feira (10), o Ministério da Saúde informou, por meio de um boletim próprio, que haviam sido registrados até então 570 casos confirmados da variante Delta no Brasil. Isto é, de amostras positivas para Covid-19 que foram sequenciadas em todo o país. No último sábado (7), o Rio de Janeiro bateu o recorde de casos de Covid-19 registrados desde o início da pandemia, com mais de 12,4 mil pessoas com testes positivos. Antes da data, o maior número alcançado era de 9,1 mil casos, em seis de maio deste ano.  

    *Sob supervisão de Stéfano Salles

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