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    Câncer de próstata: dieta à base de plantas pode melhorar saúde sexual

    Estudo mostra que alimentação com maior proporção de vegetais pode reduzir efeitos colaterais do tratamento oncológico

    Estudo mostra que comer mais alimentos de origem vegetal e menos carne pode reduzir efeitos colaterais do tratamento de câncer de próstata
    Estudo mostra que comer mais alimentos de origem vegetal e menos carne pode reduzir efeitos colaterais do tratamento de câncer de próstata Astarot/GettyImages

    Gabriela Maraccinida CNN

    O tratamento para câncer de próstata pode trazer, em alguns casos, efeitos colaterais indesejáveis, como disfunção erétil e incontinência urinária. Porém, um novo estudo sugere que essas reações adversas podem ser prevenidas ou reduzidas com a ajuda de uma alimentação à base de alimentos de origem vegetal, como legumes, frutas, folhas e grãos.

    Publicada na revista científica Cancer na última terça-feira (13), a pesquisa analisou mais de 3.500 homens com câncer de próstata e os dividiu em cinco grupos, de acordo com a proporção de alimentos de origem animal e de origem vegetal que eles relatavam comer.

    De acordo com os pesquisadores, o grupo que consumiu a maior proporção de planta teve uma pontuação 8% a 11% superior em medidas de função sexual, em comparação com o grupo que consumiu mais carne e menos vegetais. Além disso, a saúde urinária desse primeiro grupo também obteve uma pontuação 14% mais alta em comparação com o segundo grupo, com menos casos de irritação, obstrução ou incontinência urinária.

     

    Os resultados também mostraram que quem consumiu mais plantas também teve pontuações 13% mais altas na saúde hormonal, com menos sintomas de depressão e baixa energia, em comparação com o grupo que consumiu mais carne.

    “Nossas descobertas oferecem esperança para aqueles que procuram maneiras de melhorar sua qualidade de vida após serem submetidos a cirurgia, radioterapia e outros tratamentos comuns para câncer de próstata, que podem causar efeitos colaterais significativos”, disse Stacy Loeb, autora principal do estudo e urologista, em comunicado. “Adicionar mais frutas e vegetais à sua dieta, ao mesmo tempo que reduz a carne e os lacticínios, é um passo simples que os pacientes podem tomar”, acrescentou.

    Como o estudo foi feito?

    Para fazer a pesquisa, os investigadores analisaram dados do Estudo de Acompanhamento de Profissionais de Saúde, uma investigação em andamento iniciada em 1986 e patrocinada pela Harvard Chan School. O conjunto de dados é composto por informações sobre mais de 50 mil dentistas, farmacêuticos, optometristas, osteopatas, podólogos e veterinários do sexo masculino. O projeto foi desenvolvido para compreender como a nutrição influencia os riscos relacionados ao câncer, doenças cardíacas e outras doenças graves.

    Como parte do projeto, homens com câncer de próstata responderam a um questionário a cada quatro anos sobre os tipos de alimentos que ingeriam e em quais proporções. Um outro questionário, respondido a cada dois anos, avaliou a frequência de incontinência, disfunção erétil e problemas intestinais, de energia e de humor, entre outros problemas de saúde.

    De acordo com os autores do estudo, a maioria dos pacientes (mais de 83%) recebeu tratamento para câncer de próstata e todos os que foram incluídos no estudo atual apresentavam formais iniciais da doença que ainda não haviam se espalhado para outros órgãos.

    Para os pesquisadores, o estudo mostra que a ingestão em grande quantidade de qualquer alimento vegetal está relacionada a melhores índices de saúde sexual, saúde urinária e vitalidade, independente de fatores como peso, atividade física, estilo de vida e outras doenças, como diabetes.

    “Esses resultados se somam à longa lista de benefícios ambientais e de saúde de consumir mais plantas e menos produtos de origem animal”, disse Stacy. “Eles também desafiam claramente o equívoco histórico de que comer carne aumenta a função sexual nos homens, quando na verdade parece ser o oposto”.

    O próximo passo, de acordo com a pesquisadora, é realizar mais estudos em um grupo mais diversificado de pacientes e para aqueles com estágio mais avançado do câncer de próstata.