Butantan nega estremecimento com Anvisa por interrupção de teste da Coronavac
Diretor do instituto disse que paralisação não interferiu no andamento da vacinação dos voluntários
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, negou nesta quinta-feira (12) que tenha havido um estremecimento na relação da entidade com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) após a breve interrupção dos testes da Coronavac, e garantiu que a paralisação não interferiu no andamento da vacinação dos voluntários.
“De forma alguma, não houve nenhum estremecimento”, disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo. “O relacionamento do Butantan com a Anvisa, apesar deste episódio, foi mantido em bom nível”.
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O presidente do Butantan afirmou que o relacionamento do Butantan com a Anvisa precisa ser estreitado, e isso tem de partir dos dois lados, já que ainda caberá à agência seguir acompanhando os testes com a potencial vacina, desenvolvida pela chinesa Sinovac e cujo estudo no Brasil é liderado pelo Butantan, assim como decidir sobre o registro do imunizante e analisar a produção local dele pelo instituto paulista.
Covas disse, por outro lado, que a comunicação entre o órgão de pesquisa e a agência reguladora precisa melhorar e disse que “questiona um pouco” a forma que a Anvisa anunciou a interrupção dos testes na segunda-feira, informando-a à imprensa sem antes pedir esclarecimentos ao instituto.
“Temos ainda muitos processos em andamento na Anvisa e esse relacionamento tem que ser estreitado sim. Nós não podemos nos comunicar com a Anvisa através de comunicados de imprensa. É isso que nós esperamos, que haja uma transparência absoluta de ambas as partes”, disse.
O presidente do Butantan também disse que a interrupção, que durou da noite de segunda à manhã de quarta não impactou na inclusão de voluntários nos testes com a CoronaVac.
“Dois dias não vão interferir no andamento da vacinação dos voluntários”, assegurou.
A Anvisa decidiu determinar a interrupção dos testes na segunda-feira após um evento adverso grave com um voluntário, sem detalhar a natureza deste evento e apesar de Covas afirmar ter se tratado de um caso que não tinha relação com a vacina.
Na terça (10), a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que a polícia investigava a morte de um voluntário como suicídio.
Na quarta (11), a Anvisa autorizou a retomada do estudo clínico, afirmando que tomou a decisão depois de receber do Butantan informações sobre a causa do evento adverso, a posição do comitê independente que acompanha a pesquisa e o boletim de ocorrência policial sobre o caso. A agência afirmou que não havia recebido essas informações anteriormente.