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    Brasileira desenvolve técnica pouco invasiva para corrigir malformação em bebê

    Ginecologista e obstetra do Einstein, Denise Araujo Lapa Pedreira ensinou técnica a especialista considerado "papa" da medicina fetal no mundo 

    André Rosa e Roberta Russo , da CNN, em São Paulo

    A reportagem da CNN Brasil acompanhou a cirurgia, feita na semana passada, em uma paciente grávida de 24 semanas, que serviu também de aula ao vivo para o grupo de especialistas internacionais.

    Técnica brasileira em destaque no mundo

    Trata-se de uma técnica criada para a correção da mielomeningocele (também conhecida como espinha bífida), quando o bebê ainda está na barriga da mãe. O método foi desenvolvido pela ginecologista e obstetra do Einstein, Denise Araujo Lapa Pedreira e reduz risco de hidrocefalia e paralisia no bebê, além de apresentar menos complicações à mãe, e está sendo adotado pelos principais hospitais de países como Chile, Israel, Itália, Inglaterra e Estados Unidos e Inglaterra.

    A espinha bífida é uma malformação congênita que ocorre quando os ossos da coluna não se formam completamente no início da gravidez. E pode causar problemas como paralisia nas pernas, incontinência urinária e até hidrocefalia, aumento de líquido nas cavidades internas do cérebro. A mãe descobriu a malformação quando a gravidez completava 6 meses. 

    Há alguns anos, os médicos esperavam o bebê nascer para fazer uma cirurgia que pode amenizar ou curar os problemas. Mas depois, chegaram a conclusão que fazer a correção com o feto ainda na barriga da mãe traz resultados superiores.

    Desde 2013, a ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, Denise Araujo, realiza um procedimento ainda durante a gravidez, mas com o benefício de ser muito menos invasivo. A técnica foi criada pela médica brasileira depois de 14 anos de pesquisa. ‘’Eu trabalhei em modelos animais, treinei em laboratório, fui pra fora, fui uma das pioneiras aqui no Brasil e no desenvolvimento desta técnica em particular, tudo aconteceu porque eu queria preservar a mãe, e eu sabia que a técnica aberta já estava sendo usada em vários países, mas o risco pra mãe era o mais difícil’’, afirma a doutora.

    Na técnica desenvolvida, chamada de Safer, o feto não é exposto, o que diminui os riscos para a mãe, mas também preserva o feto e aumenta as chances de o bebe se desenvolver sem sequelas após o procedimento – ‘’ nós estamos tendo mais do que 60 por cento de fetos andando, andando sem nenhum tipo de muleta, andador, andando livremente.’’ 

    A técnica já foi replicada em países como Chile, Israel, Itália, Inglaterra e Estados Unidos e Inglaterra. Por causa da pandemia, o Hospital Israelita Albert Einstein criou uma nova maneira de disseminar a técnica/conhecimento e atender os pedidos de centros de saúde do mundo interessados em aprender esse novo procedimento.

    No treinamento acompanhado pela nossa reportagem, o professor Kypros Nicolaides, do King’s College de Londres, e sua equipe participaram. Kypros Nicolaides é considerado um dos papas da medicina fetal e um dos mais renomados profissionais da saúde do mundo. A médica ficou orgulhosa – ‘’ é uma experiência de vida absolutamente fantástica você ser recebida por um professor, pelo papa da área, é uma coisa que arrepia. Até ‘zera a dívida com a vida, sabe?”, conclui.