Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Brasil registra mais de 718 mil casos de hepatites em 21 anos; conheça os riscos

    Vírus das hepatites podem agir de forma silenciosa por décadas, sem que a pessoa manifeste qualquer sintoma

    Lucas Rochada CNN , São Paulo

    As hepatites são doenças caracterizadas pela inflamação do fígado e causadas por cinco tipos de vírus (nomeados das letras A à E).

    Nesta quinta-feira (27), é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que alerta para a importância do diagnóstico precoce. Os vírus das hepatites podem agir de forma silenciosa por décadas, sem que a pessoa manifeste qualquer sintoma.

    De acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D.

    Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais, segundo o ministério. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total de óbitos por hepatites virais). Em todos os casos, as notificações representaram queda nos últimos anos. A Hepatite A, por exemplo, apresentou redução de 95,6% entre 2011 e 2021.

    As hepatites B e C são as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer), o que representa uma carga para o Sistema Único de Saúde (SUS).

    Doenças silenciosas

    A maioria dos casos não apresenta sintomas até que a doença esteja em estágio mais avançado, o que pode levar décadas para acontecer.

    “Quando o diagnóstico é feito tardiamente, o paciente pode apresentar quadros avançados de cirrose ou câncer no fígado. O objetivo é iniciar logo o tratamento, quando indicado, para evitar a progressão dessas doenças para formas mais graves”, afirma a pesquisadora Lia Lewis, chefe do Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Rio de Janeiro.

    O SUS disponibiliza testes rápidos para hepatite B, que, por meio de uma gota de sangue, conseguem identificar a presença da infecção. Ainda não há medicamentos capazes de curar a infecção pelo vírus da hepatite B, mas os fármacos atualmente disponíveis contribuem para o controle da carga viral e da evolução da doença.

    Como prevenir hepatite B ou C

    • Não compartilhar com outras pessoas objetos como seringas, agulhas, alicate de unha, agulhas
    • Não passar por procedimentos invasivos (hemodiálise, cirurgias, tratamentos dentais, confecção de tatuagem) sem os devidos cuidados de biossegurança
    • Não compartilhar escovas de dentes ou lâminas de barbear e depilar, que são materiais de uso individual
    • Ao colocar piercing, realizar tatuagem ou utilizar serviços como barbearias, manicures e podólogos, certificar-se de que os materiais sejam descartáveis e sejam esterilizados adequadamente
    • Usar camisinha nas relações sexuais, a fim de evitar a transmissão por via sexual e, no caso de gestação, evitar a transmissão da doença para o feto

    A hepatite C tem maior taxa de detecção entre pessoas acima dos 40 anos ou que apresentem fatores de risco como:

    • Ter sido submetido a procedimento de hemodiálise
    • Ter diabetes ou hipertensão
    • Ter realizado procedimentos estéticos ou cirúrgicos sem cuidados de biossegurança
    • Ter realizado transfusões sanguíneas antes de 1993
    • Compartilhar objetos para o uso de drogas
    • Estar privado de liberdade

    A contaminação pelas hepatites A e E acontece pela via fecal-oral, ou seja, por meio do contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados. São agravos que costumam se propagar em regiões com condições precárias ou inexistentes de tratamento de água e esgoto.

    As principais formas de prevenção são a melhoria da rede de saneamento básico e a adoção de hábitos de higiene, como a lavagem regular das mãos e dos alimentos consumidos crus, além da limpeza de pratos, copos e talheres.

    Já a hepatite D, também chamada de Delta, é mais comum na região amazônica. O vírus responsável pela doença depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa. Por isso, as características gerais entre as duas hepatites são semelhantes.

    Tópicos