Até agosto, Brasil terá 88,3 mil mortos por Covid-19, estima órgão da OMS
Segundo a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), América se tornou epicentro da doença
A diretora da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), Carissa Etienne, estimou nesta terça-feira (26) que o número de mortos pelo novo coronavírus no Brasil terá um “aumento exponencial” e chegará a 88,3 mil até o dia 4 de agosto. Segundo ela, também diretora da OMS (Organização Mundial da Saúde) para as Américas, os números atuais devem ser maiores dos que se sabe.
Etienne disse que, segundo os modelos de projeção da Opas, na América do Norte não deve haver mudança substancial no quadro para o novo coronavírus, embora ela tenha destacado o “contínuo avanço no número de casos” no México. Nas Américas, como um todo, “os novos casos continuam a aumentar”.
“Não há dúvida: nossa região [América] se tornou epicentro da pandemia de Covid-19”, afirmou a diretora da Opas, braço da OMS, durante uma videoconferência.
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Ela ressaltou ainda que este não é o momento para os países começarem a aliviar as restrições impostas para conter o avanço da doença, e alertou para uma aceleração da Covid-19 em países como Brasil, onde o número de mortes registradas na semana passada foi o mais alto do mundo em um período de sete dias desde o início da pandemia.
Brasil já passa EUA em número de mortes diárias
O Brasil superou os Estados Unidos no registro diário de mortes decorrentes do novo coronavírus. O Ministério da Saúde confirmou 807 novos óbitos nessa segunda-feira (25), dia em que o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC, em inglês) incluiu 620 mortes no balanço oficial. Foi a primeira vez, segundos os dados oficiais, que a pandemia fez com que o Brasil tivesse mais notificações de mortes do que os EUA.
Já de acordo com o levantamento da Universidade Johns Hopkins, o registro diário de óbitos no território norte-americano foi de 532 na segunda. O que diferencia as fontes é a multiplicidade de bancos de informações utilizada pela instituição, enquanto o CDC, órgão do governo federal dos EUA, depende de dados dos departamentos de saúde estaduais e municipais.
OS EUA registraram até segunda 1,6 milhão de casos, com 97,6 mil mortes, de acordo com o CDC. Os dados brasileiros mostram 374,8 mil casos, com 23,4 mil mortes.
Com Reuters e Estadão Conteúdo