AstraZeneca: Agência Europeia relata possível elo de vacina com caso de coágulo
Agência Europeia de Medicamentos (EMA) se pronunciou nesta quarta-feira (7) após análises de casos de pessoas que receberam o imunizante e desenvolveram coágulo
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) se pronunciou nesta quarta-feira (7) após reunião e análises sobre as possíveis relações entre a vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 e a formação de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam o imunizante.
De acordo com a agência, há uma possível ligação entre a vacina da farmacêutica AstraZeneca com casos muito raros de coágulos sanguíneos em pessoas que receberam o imunizante.
Segundo a diretora-executiva da Agência Reguladora de Medicamentos no Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês), June Raine, apesar do possível efeito colateral, os benefícios do imunizante superam os riscos para a grande maioria dos vacinados.
A agência aconselha que as pessoas que receberam doses do imunizante devem procurar assistência médica imediata caso desenvolvam sintomas que revelem a dimunuição das plaquetas do sangue, o que pode indicar coágulo sanguíneo.
Os especialistas dizem que, mesmo que haja a ligação entre a vacina e os coágulos sanguíneos, os riscos para a população em geral de contrair um “coágulo grave” são muito pequenos em comparação com os riscos de uma possível infecção pelo coronavírus, que também pode causar coágulos semelhantes, ou de muitas outras drogas amplamente utilizadas, como a pílula anticoncepcional.
Tanto a EMA quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram que os benefícios superam os riscos da vacina. “O risco de mortalidade por Covid-19 é muito maior do que o risco de mortalidade por esses raros efeitos colaterais”, disse a diretora-executiva da EMA, Emer Cooke, nesta quarta.
À CNN, a coordenadora dos estudos da vacina da Astrazeneca no Brasil, Sue Ann Clemens, afirmou que mais estudos foram solicitados pela para analisar a relação entre o imunizante e o risco de formação de coágulos e que isso será explicado na bula da vacina. “O texto que entrará na bula será na parte de advertências e precaução, porque ainda não há como fazer a entre a vacina e eventos adversos. Todos os estudos serão conduzidos para melhor investigar os fatos”, afirmou.
No anúncio, a EMA relatou que solicitou novos estudos para ter mais informações sobre o ocorrido. A agência chega a essa conclusão após o comitê de especialistas ter acesso a todas as evidências dos casos de coágulos no cérebro após administração da vacina da AstraZeneca/Oxford.
Vacina suspensa em mais de dez países
A vacinação contra a Covid-19 com o imunizante desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford já foi suspensa em, ao menos, catorze países até esta quarta-feira (7). O último país a interromper a vacinação foi a Estônia.
Nesta terça, o estudo da vacina de Oxford/Astrazeneca com crianças e adolescentes foi pausado no Reino Unido após os relatos de coágulo sanguíneo em adultos que receberam a injeção. Os testes estavam sendo realizados em quatro cidades, com 300 participantes saudáveis entre 6 e 17 anos.
Na Alemanhã, que também interrompeu a vacinação com o imunizante, especialistas têm recomendado que a vacina seja administrada apenas em pessoas acima dos 60 anos. Além destes países, a vacinação também foi interrompida na Dinamarca, Noruega, Islândia, Bulgária, Irlanda, Países Baixos, Itália, França, Espanha, Portugal, Suécia e Luxemburgo.
(Com informações da Reuters)