Aprovação da Sputnik está parada por falta de documentos, diz gerente da Anvisa
'Fizemos algumas exigências de pontos a serem esclarecidos sobre os estudos feitos na Rússia', afirma Gustavo Mendes
O gerente-geral de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes, explicou porque o processo para autorização de uso da vacina Sputnik V — comprada pelo governo federal e também pelo da Bahia nesta sexta-feira (12) — está parado, já que a agência aguarda há pelo menos dois meses, conforme apuração da CNN, a documentação exigida.
“Fizemos algumas exigências de pontos a serem esclarecidos sobre os estudos feitos na Rússia”, afirma Mendes.
“A empresa entrou com pedido de uso emergencial, mas devolvemos o processo e falamos que depois de o guia ser revisado eles poderiam entrar com o pedido. Só que até o momento não houve. A bola não está com a gente”, prossegue o gerente da Anvisa. “Essas informações são fundamentais para darmos o aval.”, defende.
Ele diz o motivo de a Anvisa não utilizar a aprovação em outras nações como critério para liberação. “Quando a gente entrou em contato com agências de outros países, não conseguimos entender que informações eles usaram para aprovar. Se a gente não consegue entender como o país aprovou e com que dados, não podemos tomar essa decisão”.
Mendes ressalta que as medidas não vão além do cuidado necessário. “Essas regras que são entendidas muitas vezes como excessivas são para saber se os estudos são confiáveis. Se a gente não consegue ter acesso a esses relatórios, não consegue tomar uma decisão. De forma alguma encaro como preciosismo”.