Anvisa solicita mais informações sobre 3ª dose da Coronavac ao Butantan
A Anvisa afirma que o objetivo para a solicitação dos dados "é antecipar informações para avaliar o cenário em torno da necessidade ou não de doses adicionais das vacinas contra Covid-19 em uso no Brasil"
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou neste sábado (28), mais informações ao Instituto Butantan em relação à vacina contra a Covid-19 Coronavac, produzida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, para casos de revacinação e doses de reforço. Segundo a instituição, “a Agência quer saber se há dados científicos ou regulatórios que possam subsidiar a questão em torno das doses de reforço”.
A Anvisa afirma que o objetivo para a solicitação dos dados “é antecipar informações para avaliar o cenário em torno da necessidade ou não de doses adicionais das vacinas contra Covid-19 em uso no Brasil”. Uma solicitação ao Instituto foi enviada para que ocorra uma discussão sobre os dados disponíveis, estudos em andamento, cronogramas e resultados interinos do reforço com a Coronavac.
Em nota, o Butantan informou que “a Anvisa fez a requisição das informações para todos os laboratórios brasileiros que fabricam e/ou importam vacinas contra a Covid-19”. “A reunião para apresentação dos dados obtidos por pesquisas, tanto internacionais como nacionais, serão discutidos com a Anvisa no final da próxima semana”, disse o instituto.
Mais cedo, em entrevista à CNN, Cristiano Zerbini, coordenador do teste clínico da vacina da Pfizer no Brasil, afirmou que o pedido da Anvisa é de praxe quando o assunto é a aprovação ou não de uma dose de reforço de um imunizante. “Vamos dar um exemplo: se você tomar uma dose da AstraZeneca, e tomar uma depois, seja da Pfizer ou da Moderna, você tem uma potencialização da eficiência da vacina, ou seja, da proteção. Mas sempre que vamos dar essa terceira aplicação, precisamos que tudo seja baseado em estudos”, explica.
Zerbini cita que, na China, já está acontecendo uma vacinação em terceira dose “com uma vacina que usa uma tecnologia bastante semelhante à Coronavac”. “Provavelmente, a vacinação com a terceira dose permite essa intercambialidade, mas tudo sempre precisa ser baseado em estudos. Desde que pesquisas mostrem que a imunização foi boa, qualquer vacina pode ser usada”, diz.
O especialista foi vacinado com as duas doses do imunizante do Butantan porque, como pesquisador da Pfizer, “não pode tomar a vacina que pesquisou”. “Mas, se aqui em São Paulo, aprovarem a terceira dose da Coronavac como reforço, eu tomo — e vou ficar muito satisfeito”, finaliza.
No Brasil, dez estados já têm planos para realizar a vacinação de reforço de seus cidadãos. Oito deles iniciam a campanha da terceira dose em setembro. São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Maranhão, Minas Gerais, Roraima e Santa Catarina.